Em um surpreendente desfecho eleitoral, Nicusor Dan, um centrista independente, conquistou a presidência da Romênia no domingo (18/5), ao garantir 54% dos votos no segundo turno. A vitória de Dan trouxe alívio aos líderes da União Europeia, pois ele é um defensor ardoroso do bloco.
Com 99,3% das urnas apuradas, Dan reverteu a liderança do eurocético George Simion, líder do partido ultradireitista Aliança para a União dos Romenos (AUR), que obteve 46% dos votos. A transição de poder foi simbolizada por palavras de esperança e mudança. “As eleições não são sobre políticos, mas sobre comunidades”, disse Dan, ressaltando a força da sociedade romena em momentos difíceis.
Após o fechamento das urnas, mensagens de felicitações começaram a surgir. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, parabenizou Dan pela vitória, destacando que o povo romeno escolheu o caminho de uma Romênia aberta e próspera dentro da Europa.
Entretanto, George Simion não aceitou o resultado com tranquilidade. Apesar das projeções claras, ele afirmou ser o “claro vencedor”, o que gerou preocupações sobre possíveis protestos pelos seus apoiadores. Em meio a essa tensão, o temor de distúrbios ganhou força, especialmente após relatos de tentativas de influências externas.
A participação eleitoral foi significativa, com 64,70% dos cidadãos aptos a votar comparecendo às urnas. A eleição se mostrou crucial para a Romênia, membro da União Europeia e da Otan, onde o novo presidente desempenhará papéis fundamentais, como a definição de políticas externas e a nomeação de um novo primeiro-ministro após a renúncia de Marcel Ciolacu.
A vitória de Dan representa um respiro para a UE em tempos em que a ultradireita está ganhando força em várias partes do continente. A possibilidade de uma vitória de Simion era vista com apreensão, sendo considerado um potencial reforço ao nacionalismo e ao euroceticismo presentes na política europeia.
Além disso, o governo romeno denunciou sinais de interferência russa nas eleições, semelhantes aos ocorridos anteriormente. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Andrei ?arnea, alertou sobre uma campanha de disseminação de notícias falsas que visava manipular o resultado eleitoral.
Esse pleito se seguiu à anulação de um segundo turno anterior, marcado por suspeitas de interferência estrangeira. A expectativa agora é de que a nova administração de Dan traga um renovado compromisso com os princípios europeus, em um contexto político complexo e dinâmico, tanto na Romênia quanto na região.
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