Recentemente, a China e a União Europeia decidiram suspender, por 60 dias, as importações de carne e ovos de frango do Brasil. Essa medida foi tomada após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial, fato que impactou diretamente as exportações do setor. A informação foi anunciada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em 16 de maio de 2025.
O foco da gripe aviária foi identificado em uma propriedade de reprodução de aves localizada em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), onde 35 animais foram infectados pelo vírus H5N1. Todas as aves da propriedade foram eliminadas e um protocolo de emergência zoossanitária foi estabelecido, abrangendo um raio de 10 km ao redor da granja. Como resultado, a produção na área ficou impedida de ser exportada temporariamente.
De acordo com as cláusulas contratuais com os importadores, a confirmação de casos de gripe aviária resulta em suspensão automática das compras. Além da China e da União Europeia, países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina e Reino Unido também devem impôr restrições às importações provenientes do Rio Grande do Sul. Apesar da gravidade da situação, Fávaro ressaltou a robustez do sistema de vigilância sanitária brasileiro, que tem se mostrado confiável ao longo do tempo.
O ministro também mencionou que, em visitas anteriores à China, o governo brasileiro havia negociado a ampliação das exportações de produtos avícolas, como miúdos e patos. Com a suspensão, o Ministério da Agricultura está prestes a divulgar as estimativas de perdas comerciais, uma vez que o Rio Grande do Sul representa cerca de 15% das exportações de carne de frango do Brasil. Em 2024, o país já havia exportado cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 57 bilhões), o que equivale a 35% do comércio global, com participação de grandes empresas como a BRF e a JBS.
Embora a situação seja preocupante, o Ministério da Agricultura garantiu que o consumo de carne de frango e ovos é seguro. O risco de contaminação está restrito àqueles que manipulam aves infectadas, como tratadores, o que requer a implementação de protocolos de segurança rigorosos. Vale lembrar que a gripe aviária tem gerado significativos prejuízos à avicultura mundial, e este é o primeiro registro do vírus em um sistema comercial no Brasil, onde até então os casos estendiam-se apenas a aves silvestres.
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