CNJ proíbe pagamento a juízes por decisão administrativa de tribunais

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Na última terça-feira, 20, uma decisão significativa foi tomada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O órgão aprovou uma resolução que proíbe os tribunais do Poder Judiciário de conceder pagamentos ou benefícios adicionais por meio de decisões administrativas. Essa mudança, idealizada pelo presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, em conjunto com o corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, busca trazer maior controle e responsabilidade nas remunerações dos juízes.

Em seu pronunciamento, Barroso enfatizou a importância de uma remuneração justa e adequada para a função dos juízes, destacando que estes desempenham um papel crucial na sociedade. No entanto, ele também mencionou a crescente controvérsia em torno dos pagamentos acumulativos, que frequentemente resultam em quantias substanciais. Para gerenciar essa questão, a nova norma estabelece que pagamentos retroativos só poderão ser realizados com autorização prévia da Corregedoria Nacional de Justiça, o que antes não era necessário.

Os dados revelam que, de 2020 a 2024, juízes federais no Brasil acumularam, em média, R$ 145 mil em penduricalhos retroativos, fruto de decisões internas do Judiciário. Essa nova medida prevê que novos direitos e vantagens com efeito retroativo só serão reconhecidos sob condições específicas, como a existência de uma sentença judicial final em ações coletivas ou precedentes qualificados pelos tribunais superiores. Assim, assegura-se que todos os potenciais beneficiários sejam tratados de maneira equitativa, garantindo também um contraditório efetivo por parte da instituição responsável pelos custos dessa condenação.

No ano passado, por exemplo, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) viu um aumento de mais de 50% nos gastos com penduricalhos para seus cerca de 380 desembargadores ativos. O principal fator para esse crescimento em 2024 foi o pagamento de valores atrasados, advindos de ações judiciais movidas pelos próprios magistrados, que reclamam de direitos retroativos que remontam até a década de 1990.

Essa nova resolução representa um passo importante para a reforma do sistema judicial, promovendo maior transparência e justiça na remuneração dos juízes. O que você pensa sobre essas mudanças? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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