“Eu sou filho de santo Agostinho, eu sou agostiniano!” Parte dessas palavras foram proferidas pelo novo pontífice da Igreja Católica, Papa Leão XIV, ao ser apresentado como o novo pastor. Ele enfatizou a importância de unir forças, construir pontes e promover diálogos, indicando a direção de seu papado em questões sociais, como a atenção a imigrantes e os mais necessitados.
O Papa, sendo agostiniano, traz à tona o legado de Santo Agostinho, doutor da Igreja, cujas ideias influenciam profundamente sua missão. A Ordem Agostiniana, criada em 1244, tem se expandido, envolvendo padres, diáconos, leigos, além de freiras, como as Irmãs Negras Agostinianas, que representam o legado do santo na Bahia.
A Congregação das Irmãs Negras Agostinianas é a única desse tipo em Salvador, após a saída do grupo masculino em busca de novas missões. A irmã Rita de Cássia dos Santos expressou alegria ao saber que o novo papa compartilha o mesmo carisma que elas. Ela crê que essa conexão fortalecerá suas atividades de ajuda ao próximo, seguindo a espiritualidade de Santo Agostinho.
Fundada em 1361 na Bélgica e presente no Brasil desde 1966, a congregação conta atualmente com 11 freiras, que, além dos votos de castidade, buscam refletir a vida de Santo Agostinho. A irmã Rita destacou a relevância das regras de Santo Agostinho, cujo exemplo de humildade e simplicidade é seguido diariamente por elas.
Os pilares da santidade, como castidade, pobreza e obediência, são vividos intensamente, criando uma vida sem ostentação. Rita, freira há 31 anos, enfatiza a importância de seguir uma vida espiritual voltada para a humildade.
Com um papa agostiniano, a irmã espera que mais pessoas se interessem pelo legado de Santo Agostinho, promovendo um maior reconhecimento até entre não católicos. Ela vê essa oportunidade como um potencial para revitalizar a congregação, que enfrentou quedas com o envelhecimento das irmãs.
As freiras desempenham sua missão em Salvador, dividindo-se entre a “Casa da Paz” no bairro São Gonçalo do Retiro e atividades na Paróquia de Santa Dulce e em Boca do Rio. A esperança é que, com a nova direção, possam ampliar seu alcance e impactar mais vidas.
Apesar do papel importante na comunidade, as irmãs enfrentam desafios. Desde a morte do antigo pároco, a congregação teve dificuldades devido à falta de apoio do novo líder da Paróquia São Gonçalo do Retiro. Elas relatam que a venda de sua casa é uma realidade iminente, o que representa um obstáculo na continuidade de suas ações.
Contudo, o trabalho das irmãs continua em outras paróquias, como em Santa Dulce dos Pobres, buscando sempre expandir a conscientização sobre o agostinianismo. Se você deseja conhecer mais sobre a congregação e seu trabalho, considere visitar suas atividades.
Foto: Arquivo Pessoal / Arquidiocese de Salvador
Foto: Arquivo Pessoal / Arquidiocese de Salvador
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