São Paulo – O ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, é suspeito de receber propina para favorecer entidades ligadas a descontos indevidos nas aposentadorias. Ele autorizou acordos de cooperação com 10 bancos para a operação de crédito consignado, também alvo de denúncias de fraude.
O escândalo, revelado pelo Metrópoles desde dezembro de 2023, levou à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF). Com a Operação Sem Desconto deflagrada em abril, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, renunciou.
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Carros de luxo apreendidos com o “Careca do INSS”
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Motos importadas apreendidas na casa do “Careca do INSS”
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Mala de dinheiro apreendida em apartamento do “Careca do INSS”
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Polícia Federal deflagrou operação por fraudes no INSS
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PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão na Operação Sem Desconto
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PF aponta três operadores da farra dos descontos contra aposentados, entre eles o “Careca do INSS” (ao centro)
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Jorge Messias, chefe da AGU
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Vinícius Carvalho, chefe da CGU
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Novo chefe da Previdência
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“Ninguém é autorizado a falar em nome do INSS”, afirmou o presidente Gilberto Waller Júnior
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Nos últimos cinco anos, o INSS autorizou 91 bancos a operar crédito consignado com desconto na folha de pagamento de aposentados, resultando em inúmeras queixas e processos por descontos indevidos. Durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram 24 autorizações. Fidelis, exonerado em julho de 2023 após denúncias do Metrópoles, assinou 10 autorizações.
Neste ano, Fidelis tornou-se alvo da PF, que identificou repasses de R$ 5,1 milhões feitos a empresas ligadas ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. A PF suspeita que esses valores sejam propinas em troca de favores dentro do INSS.
Investigação
- Fidelis é investigado por suspeita de ter recebido propina através do escritório de advocacia de seu filho, Eric Douglas Fidelis.
- O escritório recebeu R$ 3,7 milhões, enquanto Eric Fidelis recebeu R$ 1,4 milhão de empresas intermediárias ligadas às entidades investigadas.
- Parte dos repasses originou-se em empresas de Antonio Carlos Camilo Antunes, apontado como lobista e operador de filiações fraudulentas de aposentados.
- Os bancos liberados para operar crédito consignado não estão sob investigação, mas enfrentam processos judiciais por fraude.
Ex-ministro de Bolsonaro
Além de Fidelis, o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira (PSD), também está envolvido na investigação, tendo assinado pelo menos oito acordos de crédito consignado com bancos enquanto era dirigente do INSS em 2021.
Oliveira presidiu o INSS entre novembro de 2021 e março de 2022 e, durante seu tempo no cargo, foram firmados ACTs que efetivaram descontos. Ele foi candidato a vereador em São Paulo em 2024, recebendo doações de R$ 15 mil de pessoas ligadas a uma empresa suspeita de receber recursos de um operador da Conafer, entidade que faturou R$ 484 milhões com descontos de aposentados entre 2019 e 2024.
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