Na noite de 31 de maio, a disputa pela presidência do Corinthians ganhou contornos dramáticos. A tensão estava no ar quando cerca de 80 torcedores invadiram a sede social do clube, localizada no Parque São Jorge, em São Paulo. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi chamado para garantir a segurança e evitar confrontos, refletindo a gravidade da situação.
Douglas Deungaro, conhecido como Metaleiro e figura histórica da torcida Gaviões da Fiel, lançou um apelo à massa corintiana. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, ele lançou um desafio: “Convoco a massa. Vamos tomar o clube, que é de todo mundo.” Emocionado, Metaleiro expressou sua indignação: “Nós não admitimos esses caras brigarem por esse tipo de política, do poder pelo poder, e não se preocupam com o Corinthians.”
“Quem quiser me acompanhar, vem para o Corinthians que eu autorizo a entrar,” completou.
As imagens da invasão circularam rapidamente, mostrando policiais do Choque, armados com escudos, preparando-se para conter a multidão. O coronel Valmor Racorti, responsável pelo policiamento, justificou a ação como uma medida preventiva à possível desordem. A presença policial se intensificou, especialmente na sala da presidência, onde aproximadamente 20 torcedores se reuniam, embora a situação já estivesse sob controle.
Situação Política no Corinthians
Enquanto isso, o cenário político dentro do clube se tornava cada vez mais conturbado. Maria Angela de Souza Ocampos, uma aliada de Augusto Melo, fez um anúncio significativo: ela assumiu o comando do Conselho Deliberativo e decretou o retorno imediato de Melo ao cargo de presidente, do qual ele fora afastado uma semana antes.
Melo havia sido alvo de um processo de impeachment, mas Maria Angela alegou a nulidade dos atos de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho à época. Em uma carta, ela declarou: “Determino que o presidente Augusto Melo reassuma imediatamente o cargo do qual foi indevidamente afastado.”
O pano de fundo dessa confusão é uma decisão do conselho, datada de 9 de abril, que afastou Romeu Tuma. Contudo, a oficialização do ato só ocorreu em 30 de maio, quando o conselheiro Mário Mello disparou um ofício sobre a questão. A ausência do vice-presidente Roberson de Medeiros, que está em licença médica, proporcionou a Maria Angela a oportunidade de se autoproclamar a nova presidente do órgão.
Em resposta, Romeu Tuma Júnior contestou o processo e afirmou nunca ter sido notificado sobre seu afastamento, enquanto a oposição clamava por legalidade, considerando a ação como uma “tentativa de golpe”, insistindo que Tuma ainda é o legítimo mandatário do Conselho Deliberativo.
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