Recentemente, a defesa do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Paulo José Bezerra, apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) acusando o coronel Jorge Eduardo Naime de “criar uma dissimulação” e de “esvaziamento proposital” do Departamento Operacional (DOP) da corporação durante a semana do 8 de janeiro.
A petição alega que Naime, como chefe do DOP, dispensou e deu férias a todos os coronéis operacionais da unidade naquela semana. Também menciona que Naime ordenou que Paulo José usufruísse de um abono natalino estendido até a primeira semana de janeiro de 2023.
No processo que investiga sete oficiais da PMDF por suposta omissão durante os eventos de 8 de janeiro, os coronéis apresentaram relatos contraditórios sobre os dias que antecederam os eventos. A defesa de Paulo José afirma que as dispensas dos coronéis operacionais foram feitas de forma “deliberada”, mesmo com a proibição vigente de férias na PMDF até o dia 9 de janeiro.
Julgamento no STF
- Os réus incluem o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF; coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante-geral; coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do DOP; e outros oficiais.
- A Ação Penal 2.417 está sob análise da Primeira Turma do Supremo.
- Atualmente, todos estão em liberdade sob medidas cautelares, com o processo sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
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Klepter Rosa também foi ex-comandante-geral da PMDF
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Coronel Fábio Vieira, comandante-geral da PMDF em 8 de janeiro de 2023
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Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF em 8 de janeiro de 2023
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Coronel Paulo José Ferreira
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Coronel Jorge Eduardo Naime
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Flávio Silvestre de Alencar
Ao final do documento, a defesa pede a nulidade das provas e da ação penal, afirmando que Paulo José “jamais compactuou qualquer conduta de natureza golpista e não participou dos atos de vandalismo”.
“Do seu retorno de férias até o dia 8 de janeiro de 2023, o acusado cumpriu com suas obrigações em conformidade com o regimento interno da PMDF”, conclui a defesa.
O pedido será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes.
O que diz o outro lado
A defesa de Naime repudiou as acusações, afirmando que são infundadas e buscam atribuir responsabilidades por fatos de 8 de janeiro. Ele destacou que os afastamentos dos oficiais foram devidamente autorizados pelo subcomandante Klepter Rosa Gonçalves.
Naime desafiou as alegações de que ele esvaziou o DOP, explicando que o tenente-coronel Condi já estava de férias desde dezembro de 2022, com retorno previsto para 9 de janeiro de 2023. Além disso, afirmou que as dispensas foram feitas antes da suspensão de férias.
Naime ainda acusou Paulo José de tentar desviar a atenção dos verdadeiros responsáveis, tentando manipular o processo e direcionar as investigações de forma indevida.
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