São Paulo — O prefeito Ricardo Nunes (MDB) expressou surpresa com a ausência de dependentes químicos na Rua dos Protestantes, ponto central da Cracolândia, que amanheceu vacante. O esvaziamento começou no último sábado (10/5).
Nunes relatou que a prefeitura busca entender o que ocorreu, ressaltando que a situação ainda não foi resolvida. “Verdadeiramente surpreendeu. A quantidade de pessoas lá já vinha diminuindo, com alguns indo para tratamento”, comentou.
Ele associou o deslocamento dos usuários às derrubadas de casas na Favela do Moinho, uma área identificada como centro de tráfico de drogas na cidade, onde a prefeitura e o governo estadual começaram intervenções.
“A ação conjunta das forças policiais, que resultou na prisão de um grande traficante, facilita o convívio sem a presença da droga, tornando possível convencer mais pessoas a buscarem tratamento”, declarou o prefeito em evento na zona leste.
O prefeito também mencionou “pré-informações” sobre a movimentação dos usuários para outras áreas. Ele enfatizou que as equipes de saúde e segurança permanecem atentas, reforçando a importância de continuar acompanhando a situação.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), mencionou o “desaparecimento” dos usuários na Rua dos Protestantes, relacionando com as ações contra o tráfico. “O caos na Cracolândia já não compensa mais. Com as principais lideranças do tráfico presas, o fluxo de drogas foi interrompido, tornando o centro de São Paulo menos atrativo para o crime”, afirmou Derrite.
ONG diz que GCM atuou na retirada, mas prefeitura nega
A ONG Craco Resiste relatou que os usuários desapareceram após uma ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que teria utilizado violência para realizar o deslocamento. Roberta Costa, da ONG, denunciou que, durante a ação, a GCM criou um “corredor polonês” empurrando os dependentes.
No entanto, a prefeitura nega essa versão. O inspetor da GCM, Paulo Eduardo Breves, afirmou que não têm informações sobre a situação dos usuários e que continuam suas atividades na área.
A visão da Craco contrasta com a do empresário Charles Resolve, da Associação Geral do Centro, que acredita que a saída dos usuários é voluntária, resultante do tratamento oferecido pela Prefeitura. “Estão vendo que é impossível usar drogas aqui, então estão buscando outros locais”, concluiu.
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