Sob pressão internacional por sua presença nas comemorações da vitória soviética na Segunda Guerra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Pequim com a missão de trazer resultados econômicos significativos e superar a controvérsia. Essa viagem à China é parte de uma estratégia diplomática que visa fortalecer a posição do Brasil no cenário global e aproveitar as oportunidades surgidas pela guerra comercial entre os EUA e a China.
A comitiva brasileira, composta por ministros e cerca de 200 empresários, tem como objetivo ampliar parcerias com o principal parceiro comercial do Brasil, focando em setores como agronegócio, tecnologia e infraestrutura. Aumento das tarifas entre EUA e China abre espaço para os exportadores brasileiros. “O Brasil pode se apresentar como uma alternativa sólida e confiável”, destacou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) identificou 400 oportunidades de negócios com os chineses, especialmente no setor de carnes, grãos e biotecnologia agrícola. Além das questões comerciais, a visita a China carrega importância política, com Lula se encontrando com o presidente Xi Jinping e participando do IV Fórum China-Celac, que aborda temas como reforma da governança global e regulação de inteligência artificial e mudanças climáticas.
Com a China representando cerca de um terço das exportações brasileiras e sendo um dos principais investidores no Brasil, o intercâmbio comercial atingiu US$ 38,8 bilhões entre janeiro e março de 2025.
Apesar do foco na diplomacia econômica, a viagem é marcada pelas críticas à presença anterior de Lula em Moscou, onde ele foi um dos poucos líderes democráticos a participar das festividades organizadas por Putin, que foram vistas como uma demonstração de força em meio à guerra na Ucrânia. Lula defendeu sua presença na Rússia, reiterando a postura do Brasil em favor da paz. “Conversamos com todas as partes. O Brasil quer o fim da guerra, mas é preciso que ambos os lados queiram”, afirmou.
O desfile militar em Moscou, que exibiu equipamentos bélicos, gerou desconforto na comunidade internacional, especialmente com líderes europeus visitando Kiev ao mesmo tempo, pedindo por um cessar-fogo. A diplomacia brasileira busca equilibrar-se entre diferentes polos globais, promovendo o multilateralismo e a neutralidade ativa. Neste papel, Lula, como presidente do Brics, procura projetar o Brasil como mediador em conflitos e protagonista nas discussões sobre a nova ordem internacional, contando com a China como parceira chave neste esforço.
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