O Brasil gastou mais de R$ 732 bilhões em desastres naturais entre 2013 e 2024, conforme o estudo “Panorama dos Desastres no Brasil – 2013 a 2024” da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Nesse período, 5.279 municípios, ou 94% do total no país, decretaram emergência ou calamidade, totalizando 70.361 registros.
Impactos humanos e sociais
Ao longo dos 12 anos, desastres afetaram mais de 418 milhões de pessoas, indicando que muitos foram impactados repetidamente. O relatório registra 2.978 mortes e mais de 6 milhões de deslocados, sendo 1 milhão desabrigados e 5,1 milhões desalojados.
Principais causas e regiões mais afetadas
A seca e a estiagem registraram 27.900 ocorrências, seguidas pelo excesso de chuvas, com 20.400 decretos. Juntas, essas causas geraram 48.400 pedidos de apoio ao governo federal, representando 68,9% dos decretos.
A Região Sul lidera em prejuízos econômicos, com 37,5% das perdas, especialmente na infraestrutura pública, agricultura e habitação. O Nordeste segue com 35,5%, enquanto Sudeste, Centro-Oeste e Norte têm participações de 16,3%, 7,9% e 2,8%, respectivamente.
Setores econômicos mais impactados
A agricultura acumulou perdas de R$ 325,6 bilhões, e a pecuária, R$ 94,4 bilhões. Outros setores afetados incluem saúde pública (R$ 86 bilhões), abastecimento de água (R$ 61,2 bilhões), habitação (R$ 43,4 bilhões), infraestrutura (R$ 42,4 bilhões), transporte (R$ 23,3 bilhões) e indústria (R$ 9,5 bilhões).
Investimentos em prevenção e gestão de riscos
Dos R$ 13,4 bilhões destinados a ações de gestão de riscos, apenas R$ 5,3 bilhões foram repassados aos municípios, representando 39,8% do previsto. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destaca a urgência de ações integradas para enfrentar os desafios dos desastres naturais, que exigem apoio maior.
O levantamento sublinha a importância de políticas públicas eficazes e investimentos consistentes para mitigar os impactos dos desastres e proteger populações vulneráveis.
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