A audiência de instrução do caso de Davi Fiúza, adolescente desaparecido desde 2014 após abordagem policial em São Cristóvão, acontecerá nesta quinta-feira (8) no Fórum de Sussuarana. A sessão ocorre quase 11 anos depois do seu desaparecimento.
O advogado da família, Paulo Kleber, ressaltou que os policiais serão julgados pelo júri, mudando a abordagem anterior em tribunal militar. Eles enfrentam acusação pela morte e não apenas pelo desaparecimento de Davi.
Em setembro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça rejeitou o pedido de manter o caso na justiça militar, permitindo assim o julgamento.
Apesar de 17 policiais terem sido indiciados, o Ministério Público da Bahia formalizou denúncia contra apenas sete, por sequestro e cárcere privado, em 2018.
A Polícia Militar abriu um processo administrativo para investigar os indiciados, mas apenas em 2018, quatro anos após o evento.
“É uma covardia. Vinte e três policiais participaram e só sete foram indiciados. Não recebemos nenhuma resposta do estado”, lamentou Camila Fiúza, irmã de Davi.
Relembrando o caso: Davi, nascido em 8 de outubro de 1998, era fã de música e estava prestes a completar 16 anos quando desapareceu.
Na sexta-feira, 24 de outubro de 2014, Davi foi abordado por viaturas da 49ª Companhia Independente de Polícia Militar em frente à sua casa, na Vila Verde. Desde então, sua família nunca mais o viu.
A família denunciou que Davi foi encapuzado e amarrado, sendo colocado no porta-malas de um carro sem identificação. No momento do ataque, ele conversava com uma vizinha.
A mãe de Davi esteve em diversas delegacias e locais de buscas, mas não encontrou pistas do filho, e a família nunca teve a oportunidade de se despedir.
Em entrevista, Camila declarou que a família enfrenta diariamente a incerteza sobre o que ocorreu. “É uma dor constante, pois não tivemos a chance de um fechamento dignificante”, finalizou.
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