Dívida revela relação de dono do Banco Pine com o FPB Bank

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A recente operação Floresta Devastada, conduzida pela Polícia Civil de São Paulo, trouxe à tona a intrincada conexão entre Noberto Nogueira Pinheiro, proprietário do Banco Pine, e seu irmão, Nelson Nogueira Pinheiro, principal alvo da investigação. Com um montante perdido de pelo menos R$ 100 milhões do FPB Bank, no Panamá, Noberto imediatamente negou qualquer laço com Nelson, mas documentos revelam um enredado histórico financeiro entre os dois banqueiros.

As relações de Noberto com o FPB Bank persistiram até a intervenção do governo panamenho, que ocorreu enquanto a Lava Jato apontava o banco como facilitador para a criação de empresas offshore em paraísos fiscais. A situação se complica ainda mais com uma dívida de mais de R$ 42 milhões que Noberto deve ao FPB Bank, reivindicada formalmente ao Tribunal de Justiça de São Paulo em 2020.

Duas de suas empresas, Zadar Management S.A. e Duquesa Enterprises S.A., contraíram empréstimos significativos do banco panamenho. Em 2014, a Zadar obteve um empréstimo de US$ 3,56 milhões, com um plano de pagamento que foi adiado várias vezes, incluindo uma última renegociação um mês antes da intervenção do governo panamenho. A Duquesa Enterprises, por sua vez, recebeu US$ 5,65 milhões em um empréstimo de 2009, que também passou por reestruturações de prazo.

Em fevereiro de 2020, o governo panamenho inicialmente buscou recuperar cerca de R$ 42 milhões, mas logo desistiu após concordar com um acordo extrajudicial com Noberto. O Banco Pine, em resposta, declarou que não mantém vínculos com Nelson desde 2005, destacando que Noberto tinha apenas uma participação minoritária em uma holding familiar.

Operação Floresta Devastada

Deflagrada no final de abril, a Operação Floresta Devastada investiga o desaparecimento de aproximadamente R$ 100 milhões pertencentes a clientes do FPB Bank. A Lava Jato havia anteriormente identificado o banco como um facilitador para brasileiros que desejavam transferir recursos sem lidar com o escrutínio governamental, resultando em relatos de clientes incapazes de acessar seus fundos.

Enquanto as investigações progrediam, surgiram indícios de que o dinheiro desaparecido poderia ter sido transferido para uma offshore em Belize. A Justiça, em resposta ao caso, autorizou o sequestro de bens dos investigados, incluindo Nelson, Noberto e o irmão Jaime, alcançando até R$ 500 milhões, além de restringir as contas de 19 empresas.

Os irmãos Nogueira Pinheiro, herdeiros do extinto banco BMC, sempre estiveram imersos no setor bancário. Juntos, fundaram o Banco Pine em 1997, mas Nelson saiu em 2005, permitindo que o banco crescesse e até realizasse um IPO em 2007. Entretanto, o legado da família agora se vê manchado pela gravidade das acusações e pela relação complexa entre seus membros.

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