“Eles disseram que eu morreria se saísse”: o terror silencioso vivido na Igreja Maranata

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“Eles disseram que eu morreria se saísse.” Essas palavras ecoam entre os ex-membros da Igreja Cristã Maranata, onde o terror silencioso se revela através de relatos inquietantes de abusos psicológicos e doutrinas opressoras. A saída dessa instituição não é um simples ato de fé, mas um árduo caminho repleto de consequências devastadoras.

Durante uma entrevista impactante, o pastor Júnior Magalhães, vice-presidente da Associação Amai-vos, revelou que a maioria dos que abandonam a igreja enfrenta graves transtornos emocionais, como depressão, ansiedade e até síndrome do pânico. Ele afirmou que esses ex-membros frequentemente chegam “completamente arrebentados” e necessitam de apoio psicológico. Cada história é um retrato de dor e luta pela reintegração à sociedade.

A cultura de medo implantada pela igreja é uma estratégia de controle emocional. Muitos saem acreditando que a falta de fé os condenará a acidentes ou doenças graves. A manipulação não para por aí; a interpretação da Bíblia, filtrada por uma “palavra revelada”, destoa da autonomia espiritual, criando uma dependência total das lideranças. Magalhães destaca que essa interpretação distorcida cerceia a liberdade dos fiéis.

Os cultos muitas vezes se transformam em cenários de humilhação, onde fardos emocionais são expostos publicamente. Mulheres são acusadas de pecados e feitas culpadas pela falta de ascensão de seus maridos. Essa dinâmica gera traumas profundos, agravados pela ausência de empatia e pela exploração de interesses pessoais por parte de alguns pastores.

A doutrina do “servo devedor” enseja outro ponto crítico. Os fiéis são levados a crer que o sacrifício de Jesus não é suficiente, tornando necessário o “trabalho” para agradar a Deus. Condições precárias de trabalho voluntário, às vezes fatais, são uma realidade no Manaim, sede da igreja, que ainda omitiu-se frente a tragédias. Além disso, a gestão centralizada e a falta de transparência financeira geram descontentamento entre os membros.

Passando para os “casamentos por revelação”, muitos entraram em uniões acreditando que foram divinamente direcionados. O resultado? Cerca de 80% desses casamentos terminam em divórcio. A devastação emocional vai além das relações pessoais; a utilização do sistema judicial para silenciar ex-membros que denunciam abusos revela um mecanismo de opressão disfarçado de cuidado.

O pastor Magalhães enfatiza que os impactos psicológicos causados pela igreja devem ser encarados como uma questão de saúde pública. Muitas pessoas, após saírem, se tornam incapazes de trabalhar, dependem do governo e vivem sob a sombra do medo do castigo divino. A Associação Amai-vos surge como um farol, oferecendo apoio a essas almas que buscam reconstruir suas vidas. “Nosso objetivo não é atacar a igreja, mas cuidar de quem saiu e está sufocando pela dor”, conclui Magalhães.

Com uma resposta da Igreja Cristã Maranata ainda pendente, o clamor por justiça e entendimento ressoa entre aqueles que buscam liberdade. Você ou alguém que conhece já enfrentou uma situação semelhante? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo!

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