Em uma ousada medida para enfrentar o crescente desafio do crime organizado, o governo francês anunciou a construção de uma nova prisão de segurança máxima na Guiana Francesa, uma região estratégica na América do Sul. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, revelou o projeto durante uma visita à área, destacando que a instalação será dedicada a abrigar traficantes de drogas perigosos e radicais islâmicos.
Avaliada em € 400 milhões, a nova unidade será erguida em uma área isolada da selva amazônica, nas proximidades de Saint-Laurent-du-Maroni. Com previsão de inauguração até 2028, a prisão terá a capacidade para 500 detentos, incluindo uma ala especial reservada aos criminosos mais violentos. “Estamos estabelecendo a terceira prisão de segurança máxima da França, com um regime extremamente rigoroso, visando colocar os traficantes de drogas mais perigosos fora de circulação”, afirmou Darmanin.
O principal objetivo da instalação é desmantelar o crime organizado em todos os níveis da cadeia de fornecimento de drogas, impedindo que os chefes de facções se comuniquem com suas redes criminosas de dentro da prisão. “Os traficantes não poderão mais ter contato com suas organizações”, garantiu o ministro. Esse anúncio surge em um contexto preocupante de violência crescente, com relatos de ataques e incidentes terroristas próximos às penitenciárias francesas.
Além da nova prisão, o governo também introduziu legislações robustas no combate ao crime organizado, incluindo a criação de um departamento especial no Ministério Público, expansão dos poderes investigativos e proteção para delatores. A Guiana Francesa foi escolhida por sua localização estratégica, na fronteira com o Brasil e o Suriname, regiões chave para o tráfico internacional de drogas. O objetivo é assegurar que os criminosos fiquem totalmente isolados de suas operações ilícitas.
Historicamente, a cidade de Saint-Laurent-du-Maroni é conhecida por sua antiga colônia penal, famosa pela temida Ilha do Diabo, que inspirou o livro “Papillon”, de Henri Charrière. Entre 1852 e 1954, cerca de 70 mil condenados estiveram detidos ali. Esse novo capítulo em sua história pretende, definitivamente, mudar a narrativa da região em relação ao crime.
Assim, a Guiana Francesa, embora parte integrante da França com plenos direitos civis, torna-se uma linha de frente na luta contra o crime organizado. O que você pensa sobre essa iniciativa? Compartilhe suas opiniões nos comentários!
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