Igreja usa bicicleta e skate como púlpito para atrair jovens

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Uma igreja evangélica resolveu adotar uma abordagem pouco convencional para alcançar a juventude e reacendeu um debate antigo: até que ponto a criatividade pode entrar no altar? O ministério jovem de uma igreja identificada como Igreja Resgate para Cristo ousou ao montar um cenário inusitado para suas pregações: uma bicicleta servindo de púlpito, um skate como apoio para a Bíblia e acessórios como boné e fones de ouvido compondo a estética do culto.

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A iniciativa, que buscava se comunicar diretamente com os jovens em sua própria linguagem e estilo de vida, repercutiu rapidamente nas redes sociais, dividindo opiniões.

Enquanto alguns internautas elogiaram a estratégia por aproximar os adolescentes da fé de forma leve e acessível, outros fizeram duras críticas.

Para esse grupo, o altar não é lugar para experimentações visuais ou tendências culturais. “O púlpito não é palco para performance, mas lugar de reverência”, escreveu um seguidor.

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A crítica principal se concentra no que muitos consideram uma inversão de prioridades: a tentativa de tornar os cultos mais atrativos por meios estéticos estaria, segundo eles, esvaziando a profundidade espiritual da mensagem cristã. “Estão trocando o poder da Palavra por encenação”, afirmou outro usuário.

Trechos bíblicos também foram usados por quem se posicionou contra a decoração. Versículos como “Guarda o teu pé quando entrares na Casa de Deus” (Eclesiastes 5:1) e “O zelo da tua casa me consumirá” (João 2:17) foram citados para reforçar a necessidade de tratar o altar como um espaço sagrado, onde a criatividade humana deve ceder lugar à reverência.

Essa não é a primeira vez que métodos diferentes de evangelização causam desconforto. Em outras ocasiões, igrejas já usaram pranchas de surfe, bancos de praça e até tambores no lugar do tradicional púlpito, sempre com o objetivo de dialogar com públicos específicos. No entanto, a reação popular mostra que a linha entre inovação e irreverência ainda é motivo de tensão entre os evangélicos.

Apesar da polêmica, líderes da juventude da igreja defendem que o propósito é claro: alcançar os que estão fora e mostrar que a fé cristã pode sim se conectar com a realidade de quem está na periferia, no skate ou no rolê — sem perder a essência do Evangelho.

A discussão segue viva nas redes: onde termina a contextualização e começa a banalização? Enquanto isso, a juventude segue no centro do debate entre tradição e inovação dentro das igrejas.

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