O Corinthians se encontra em um momento decisivo, prestes a votar, nesta segunda-feira (26/5), o impeachment do presidente Augusto Melo. Acusado de irregularidades relacionadas ao contrato firmado com a empresa de apostas Vai de Bet, Augusto foi indiciado pela Polícia Civil em uma investigação que promete abalar as estruturas do clube.
Embora a votação já estivesse agendada antes do indiciamento, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, reafirmou a necessidade de realizar a votação após o término das investigações. A primeira tentativa de votação ocorreu no início do ano, mas foi adiada após uma divisão apertada: 126 votos a favor e 114 contra.
Na última coletiva, Augusto, acompanhado do advogado Ricardo Cury, levantou questionamentos sobre a divulgação do relatório policial na semana decisiva. Cury argumentou que a defesa os permitirá responder amplamente às acusações. Ele assegurou que o relatório não apresenta nada que incrimine o presidente: “Não há individualização da conduta dele. São apenas ilações”, afirmou.
Se a votação resultar no afastamento de Augusto, o próximo passo envolverá uma decisão do quadro associativo do clube. Apesar do clima tumultuado, Augusto fez questão de afirmar que não renunciará ao cargo.
A principal torcida organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel, também entrou na discussão ao publicar uma nota pedindo o afastamento de Augusto, a fim de preservar a imagem do clube. A posição da torcida destoou da primeira votação, quando se manifestou em apoio ao presidente. Apesar da mudança, a Gaviões não pretende se mobilizar para comparecer ao Parque São Jorge, visando se concentrar no jogo na Argentina na terça-feira (27/5), embora alguns torcedores ainda sejam esperados na sede.
Além de Augusto Melo, outras três pessoas foram indiciadas por crimes relacionados a associação criminosa e lavagem de dinheiro: os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura, e Alex Cassundé, que intermediou o polêmico contrato. Investigações revelaram uma série de contradições nos depoimentos, principalmente de Cassundé, que afirmou ter sido encarregado de buscar patrocínios para o time feminino do Corinthians.
Cassundé descreveu suas tentativas de contato com a Vai de Bet e, surpreendentemente, a polícia notou que ele encontrou um número fixo da empresa, algo que havia escapado das investigações até aquele momento. Contudo, ao contrário do que os relatos indicavam, as evidências sugerem que Cassundé pode não ter estado presente nas reuniões e que as versões dos depoimentos são inconsistentes.
Ademais, as investigações apontam que parte da comissão paga pelo Corinthians pode ter sido transferida para contas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Através de delações e investigações, foi identificado que o dinheiro tinha como destino uma empresa associada ao crime organizado, levantando sérias questões sobre a integridade das operações do clube.
O Corinthians, através de nota, se posicionou como vítima dessas movimentações ilegais, reafirmando seu apoio às investigações. À medida que o clima se intensifica e a votação se aproxima, as atenções se voltam para o que ocorrerá a seguir. O desfecho desse capítulo pode ser determinante para o futuro do clube e de seus dirigentes.
E você, o que pensa sobre toda essa situação? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões sobre o futuro do Corinthians e o desenrolar dessa história impactante!
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