O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sob a liderança de seu presidente Gilberto Waller, anunciou uma mudança significativa: a partir de 23 de maio de 2025, o desbloqueio de novos empréstimos consignados estará condicionado à autenticação biométrica na plataforma “Meu INSS”, disponível tanto no site quanto no aplicativo.
Esta decisão, publicada no Diário Oficial da União, visa aumentar a segurança dos processos e proteger os segurados de fraudes. O comunicado enfatiza que todos os desbloqueios de novos empréstimos serão realizados apenas após a validação da biometria em bases governamentais.
“A partir do dia 23 de maio de 2025, todos os desbloqueios para averbação de novos empréstimos consignados somente poderão ser realizados com a biometria”, detalha o texto oficial.
Waller argumenta que a implementação da biometria é um passo crucial para identificar e corrigir vulnerabilidades operacionais, garantindo maior integridade e segurança aos processos do INSS.
Além disso, o presidente destaca a necessidade de uma avaliação aprofundada sobre o serviço de desbloqueio de empréstimos consignados. No início do mês, Waller já havia adotado medidas para bloquear novos descontos de empréstimos para todos os segurados, como parte de um esforço mais amplo de combate a fraudes.
Essa mudança surge em um contexto em que o INSS tenta lidar com um esquema de descontos indevidos que afetou milhões de aposentados e pensionistas. De acordo com investigações, as fraudes podem ter desviado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, impactando cerca de 9 milhões de segurados.
Os descontos não autorizados foram realizados por meio de convênios com entidades e associações que cobravam mensalidades diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. O governo anunciou que devolverá R$ 292,7 milhões a aposentados e pensionistas que foram prejudicados, entre 26 de maio e 6 de junho.
Contexto das Fraudes no INSS
- Relatórios indicam que, em março de 2024, uma matéria investigativa revelou que 29 entidades autorizadas a cobrar mensalidades associativas experimentaram um crescimento de 300% em suas receitas, ao mesmo tempo em que enfrentavam mais de 60 mil processos judiciais por cobranças indevidas.
- Essas entidades foram acusadas de fraudar a adesão de aposentados, impondo cobranças mensais de até R$ 77 em benefícios que os segurados nunca consentiram.
- Após as denúncias, o INSS e a Controladoria-Geral da União (CGU) iniciaram investigações, resultando na Operação Sem Desconto.
- As reportagens também revelaram os empresários por trás das organizações fraudulentas. Consequentemente, houve mudanças na liderança do INSS.
- O ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão em meio a esse escândalo e foi substituído pelo ex-deputado Wolney Queiroz.
Até o último domingo, 1,56 milhão de segurados consultaram a plataforma “Meu INSS” para verificar cobranças indevidas, e apenas 28,3 mil (1,82%) validaram as cobranças, enquanto 1,52 milhão identificaram descontos não autorizados.
Neste contexto, é essencial que todos os segurados fiquem atentos. Você já verificou se há cobranças indevidas em sua aposentadoria? Compartilhe sua experiência nos comentários e ajude a espalhar a informação!
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