Líder do PCC que pagou R$ 5 milhões a PMs da Rota é preso na Bolívia

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Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, um dos nomes mais influentes do Primeiro Comando da Capital (PCC) fora dos presídios, foi preso em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em uma operação conjunta da Polícia Federal do Brasil e a Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen (FELCC). Sua detenção foi inicialmente por uso de documento falso. Tuta, que está na Lista Vermelha da Interpol, pode ser expulso ou extraditado nos próximos dias.

Ele é considerado o cérebro financeiro do PCC, condenado a mais de 12 anos por associação criminosa e lavagem de capitais. Investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) o relacionam com um sistema que movimentou mais de R$ 1 bilhão, ligado ao tráfico internacional de drogas e à compra de imóveis de luxo.

Antes de se tornar um dos principais líderes da facção fora da prisão, Tuta atuou como adido comercial no Consulado de Moçambique entre 2018 e 2019, recebendo um salário de R$ 10 mil. O cargo envolvia temas de intercâmbio econômico entre Brasil e África.

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Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi considerado líder do PCC nas ruas

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Tuta foi o principal líder do PCC entre 2020 e 2022

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Tuta exerceu cargo no Consulado de Moçambique

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Tuta levava vida de luxo, segundo investigações

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Tuta usava jatinhos para viagens

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Tuta era considerado foragido oficialmente

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Investigações indicam que Tuta pode ter sido executado pelo PCC

De acordo com depoimento do ex-cônsul-honorário Deusdete Januário Gonçalves, Tuta se passava por um homem simples, sem ostentação, até que o vínculo foi rompido após uma convocação para depor em um caso de lavagem de dinheiro.

“Salvo pela R”

O nome de Tuta ganhou notoriedade em 2020, ao escapar da Operação Sharks, que visava a cúpula do PCC. Na ocasião, ele não foi encontrado pela Rota, e surgiram indícios de que Tuta teria afirmado, em gravação, ter sido “salvo pela R”.

Segundo o Gaeco, Tuta pagou R$ 5 milhões a policiais da Rota em troca de informações sobre mandados de busca. Parte do pagamento foi feita em dinheiro, com R$ 2 milhões de entrada.

O caso foi levado ao comando da Rota, mas promotores afirmam que nenhuma ação foi tomada, e o episódio foi silenciado.

Ascensão, queda e desaparecimento

Com a prisão de líderes históricos do PCC, Tuta ascendeu ao controle nas ruas. Sua influência no setor financeiro e operacional lhe trouxe riqueza, mas isso também provocou sua queda. Em 2022, foi supostamente expulso por enriquecer à custa da facção. Há suspeitas de que tenha sido sequestrado e executado, mas sem provas concretas, continuava oficialmente foragido.

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