Nesta quarta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que tentará persuadir o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a ir à Turquia para negociar com o ucraniano Volodimir Zelensky sobre o fim da guerra. “Quando parar em Moscou, vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada falar: Ô, companheiro Putin, vá até Istambul negociar”, declarou em coletiva de imprensa em Pequim, durante sua visita de Estado.
Lula fez essa declaração após o chanceler da Ucrânia, Andrii Yermak, solicitar ao Brasil que utilizasse sua influência no diálogo com a Rússia para facilitar o encontro entre Putin e Zelensky. O pedido foi feito em uma conversa telefônica com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
Antes de sua viagem à China, Lula participou em Moscou da cerimônia que comemorou os 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial. O presidente expressou otimismo ao saber da proposta de Putin e da aceitação de Zelensky para iniciar conversações em Istambul. “A possibilidade de que eles se juntem em Istambul e possam, ao invés de trocar tiros, trocar palavras, é um passo importante”, afirmou. “E aí morrerá menos gente e se destruirá menos patrimônio”, completou.
Brasil e China divulgaram uma declaração conjunta na terça-feira, expressando esperança de que um diálogo direto entre as partes inicie o mais breve possível, como única forma de pôr fim ao conflito. Lula relembrou que os dois países criaram, em setembro de 2024, um “grupo de amigos” para auxiliar nas discussões pela paz.
As negociações estão previstas para quinta-feira (15) em Istambul, sendo as primeiras conversas diretas entre Kiev e Moscou desde 2022, logo após a invasão da Rússia à Ucrânia. Na terça-feira, Zelensky também pediu ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que viajasse à Turquia para persuadir Putin a participar das negociações. O Kremlin, no entanto, não confirmou se Putin comparecerá, afirmando apenas que “a delegação russa estará presente”.
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