São Paulo — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou, nesta sexta-feira (30/4), durante um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, o esquema bilionário de fraude contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esse escândalo foi revelado pelo Metrópoles e se tornou alvo de uma megaoperação da Polícia Federal (PF) na semana anterior.
Embora não tenha mencionado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula afirmou que seu governo “desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas que operava desde 2019”, ano em que começou a gestão bolsonarista. O presidente também destacou que as entidades envolvidas nas cobranças ilegais devem “ressarcir as pessoas que foram lesadas”.
“Na última semana, o nosso governo, por meio da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal, desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, declarou Lula em seu pronunciamento.
Pronunciamento: Dia do Trabalhador e da Trabalhadora pic.twitter.com/85sUY94nKR
— Lula (@LulaOficial) April 30, 2025
Troca no comando do INSS
O discurso de Lula foi proferido logo após ele nomear o novo presidente do INSS, Gilberto Waller, um procurador federal. Waller substituirá Alessandro Stefanutto, que foi demitido após ter sido afastado do cargo pela Justiça, no mesmo dia em que a PF deflagrou a Operação Sem Descontos, voltada para combater o esquema de cobranças ilegais que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões das contas de aposentados e pensionistas desde 2019.
A investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) revela que entidades formadas por grupos empresariais, em nome de laranjas, fraudavam as filiações de aposentados para cobrar mensalidades associativas por meio de acordos de cooperação técnica com o INSS. Estima-se que mais de 6 milhões de aposentados possam ter sido lesados. Diretores do órgão federal afastados ou demitidos são suspeitos de ter recebido propina através de empresas intermediárias e lobistas.
Pressionado em seu cargo, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, admitiu saber de denúncias pontuais, mas afirmou que desconhecia a verdadeira extensão da fraude, que subtraiu recursos de aposentados e pensionistas do INSS. Após a operação da PF, o órgão federal suspendeu todos os acordos com as mais de 30 entidades que realizavam as cobranças, e a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou uma força-tarefa para tentar ressarcir os beneficiários que foram prejudicados.
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