Nesta quarta-feira (7/5), o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu a Ahmed al-Sharaa, presidente interino da Síria, que “garanta a proteção de todos os sírios, sem exceção, independentemente de origem ou crença”. O encontro ocorreu no Palácio do Eliseu, em Paris.
Em coletiva após a reunião, Macron enfatizou a importância de que os responsáveis pela recente violência interreligiosa e massacres contra a minoria alauíta sejam “processados e julgados”. Ele também manifestou apoio ao levantamento gradual das sanções à Síria, caso o novo governo mostre capacidade de estabilizar o país.
O presidente francês solicitou aos Estados Unidos que acelerem a suspensão das sanções e mantenham as operações militares contra o grupo Estado Islâmico. “É do interesse de todos, incluindo os americanos, agir para apoiar a suspensão das sanções contra o povo sírio”, afirmou Macron.
Sobre as críticas que enfrentou pela decisão de convidar al-Sharaa, um ex-jihadista, ele as qualificou como “políticas”. Destacou que “há um líder no poder” que está disposto a dialogar e a se comprometer, apresentando resultados iniciais.
Restabelecimento de relações franco-sírias
Após dezessete anos da última visita de um presidente sírio ao Palácio do Eliseu, o convite a Ahmed al-Sharaa visa confirmar o restabelecimento das relações entre França e Síria. Macron busca contribuir com a transição para “uma Síria livre, estável e soberana que respeite todos os componentes da sociedade síria”.
Recentes massacres que deixaram 1.700 mortos no oeste do país levantaram questionamentos sobre a capacidade das autoridades em controlar combatentes extremistas. A presidência francesa assegurou que conhece o passado de líderes sírios e que não haverá “complacência” com “movimentos terroristas”.
A porta-voz do governo francês, Sophie Primas, defendeu que o diálogo com al-Sharaa era “parte de nossa responsabilidade” e “no interesse da França e da União Europeia”, sem, no entanto, significar um endosso ao governo atual.
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