Nas tramas da administração pública, um órgão responsável pela segurança alimentar em São Paulo se vê envolto em suspeitas inquietantes. O vice-prefeito coronel Mello Araújo (PL) exonerou o secretário executivo Carlos Fernandes e outros colaboradores após assumir interinamente no final de abril, durante a ausência do prefeito Ricardo Nunes em uma viagem ao exterior. As demissões foram impulsionadas por denúncias que sugerem irregularidades na distribuição de alimentos e contratos de banheiros químicos em feiras livres.
Uma das alegações destaca que o programa Cozinha Escola, que deveria fornecer 400 almoços diários em suas 65 unidades, falha em atingir essa meta. Um estudo realizado pelo Metrópoles revelou que diversas ONGs contratadas não estão cumprindo com o mínimo exigido. Apesar disso, a Sesana, responsável pela administração do programa, defende que a quantidade de refeições sempre atendeu à demanda, garantindo suporte a todos que buscam ajuda.
Sob o olhar atento da fiscalização, um exemplo emblemático emerge da Associação Amigos da Família, que prometeu entregar 800 refeições mas foi flagrada oferecendo apenas 215 em uma vistoria. Os dados são alarmantes: observou-se a entrega de refeições feitas com ingredientes ultraprocessados, o que contraria as diretrizes nutricionais do programa.

O mesmo rigor não se aplica a um contrato de R$ 18 milhões para a locação de banheiros químicos em feiras livres, também sob investigação. Mello Araújo relatou que, em visitas a feiras, detectou a ausência de banheiros adaptados para pessoas com deficiência, apontando que o custo mensal do serviço estava sendo mal utilizado.
“Identificamos apenas banheiros normais, mas estávamos pagando por serviços que não estavam sendo prestados”, afirmou o vice-prefeito.
As respostas dos envolvidos variam. A Secretaria de Direitos Humanos se comprometeu a investigar as denúncias sobre as refeições, reiterando que não compactuam com irregularidades. Em contrapartida, Carlos Fernandes, o ex-secretário, destaca os resultados positivos do programa durante sua gestão, mencionando prêmios recebidos reconhecendo o volume de refeições entregues.
A administração atual, por sua vez, assegura que a fiscalização é feita rigorosamente e que qualquer irregularidade detectada resulta em sanções adequadas. Mas a inquietação persiste: até que ponto a transparência e a ética estão sendo garantidas numa gestão que abriga programas vitais para a população vulnerável?
E você, o que pensa sobre essas denúncias? Sua opinião é fundamental para avançarmos na discussão sobre a responsabilidade e a transparência na gestão pública. Comente abaixo!
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