Um novo estudo sugere que o cérebro não apenas ouve música, mas se conecta fisicamente a ela, sincronizando suas oscilações naturais com elementos sonoros como ritmo e tom. Pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, apresentaram essa teoria em um artigo na revista Nature Reviews Neuroscience, no dia 18 de março.
Conhecida como Teoria da Ressonância Neural (TRN), a proposta indica que os aspectos agradáveis da música, como a harmonia, estão em sintonia com os padrões cerebrais. A neurocientista Caroline Palmer, da McGill, destaca que isso implica que a música é poderosa não apenas por ser ouvida, mas porque nossos cérebros e corpos se transformam nela, o que tem grandes implicações para terapia, educação e tecnologia.
“Essa teoria sugere que a música é poderosa não apenas porque a ouvimos, mas porque nossos cérebros e corpos se transformam nela. Isso tem grandes implicações para a terapia, a educação e a tecnologia”, afirma a neurocientista Caroline Palmer, da Universidade McGill, em comunicado.
Os autores do estudo observam que as oscilações cerebrais se alinham a várias velocidades sonoras. Em ritmos mais lentos, como batidas que permitem dançar ou marcar com palmas, os neurônios do córtex cerebral oscilam em frequências que acompanham esse compasso. Para sons mais rápidos, a sincronização ocorre em áreas como o nervo auditivo e a cóclea. Isso explica por que crianças pequenas e pessoas sem formação musical se envolvem com a música.
Outro aspecto relevante é o groove, a vontade quase automática de mover o corpo ao ouvir música. A TRN aponta que isso ocorre quando a batida apresenta uma irregularidade que não é completamente previsível, levando o cérebro a preencher lacunas e se engajar intensamente. Esse processo é chamado de ressonância não linear.
A teoria aborda também fatores culturais. Ritmos simples, como os usados para embalar bebês, surgem cedo e se reforçam ao longo do tempo; já estruturas mais complexas, como métrica e tempo, são aprendidas ao longo da vida e variam entre culturas. Os autores acreditam que compreender a relação entre música e padrões cerebrais pode abrir novas frentes em neurociência e comportamento humano.
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