O pastor Luis Guillermo Borjas e sua esposa, Roxana Rojas, líderes da Assembleia de Deus em Cuba, estão prestes a enfrentar um julgamento que pode resultar em até oito anos de prisão. Recentemente detidos em Nova Gerona, na Isla de la Juventud, o casal se viu no centro de uma intensa controvérsia após uma audiência relacionada a seu filho, Kevin Laureido Rojas. Kevin, que teria abandonado uma unidade militar, apresentou um laudo médico que o isentava do serviço militar obrigatório devido a transtornos psiquiátricos, uma condição reconhecida pelo próprio governo cubano.
A situação exacerbou-se quando as autoridades acusaram Kevin de forjar os documentos. Durante o julgamento, o pastor Borjas, em um momento de indignação, declarou que os responsáveis seriam julgados “pela justiça de Deus”. Essa afirmação resultou na prisão imediata do casal por desobediência e desacato às autoridades. A detenção provocou repercussões internacionais, gerando preocupações entre organizações de direitos humanos e entidades cristãs.
Segundo a organização britânica Christian Solidarity Worldwide (CSW), a resposta do Ministério Público foi imediata e severa, com proibições que restringem qualquer menção à fé no contexto militar. Enquanto Borjas permanece detido, Rojas enfrenta dificuldades de saúde e foi internada após a prisão. Neste período, relatos apontam que um indivíduo disfarçado tentou se aproximar dela, levantando preocupações adicionais sobre sua segurança.
Agendado para o dia 9 de junho, o julgamento do casal não somente destaca a tensão entre liberdade religiosa e a legislação cubana, mas também suscita debates sobre o tratamento das organizações religiosas registradas. A CSW não hesitou em denunciar a detenção, solicitando a retirada das acusações e enfatizando a necessidade da comunidade internacional pressionar por mudanças no regime cubano, que tem se mostrado inflexível em suas políticas de controle religioso.
A liberdade de culto em Cuba é uma questão delicada, severamente restringida pelo regime comunista. Igrejas não registradas enfrentam vigilância constante e riscos de represálias por exercitar suas crenças. Casos como o do pastor Alain Toledano Valiente, que foi forçado ao exílio em 2022, e o do pastor Lorenzo Rosales Fajardo, libertado após quase quatro anos por participação em protestos pacíficos, ressaltam o cenário de repressão à liberdade religiosa no país.
Esses episódios revelam a luta constante por direitos civis e religiosos em Cuba, onde a expressão de fé é frequentemente vista como uma ameaça à ordem pública. A situação ainda é crítica e exige atenção internacional.
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