Na vibrante atmosfera do Festival de Cannes, a proposta de Donald Trump para revitalizar Hollywood não encontrou simpatia entre os principais representantes da indústria cinematográfica. O ex-presidente sugere a implementação de tarifas de 100% sobre filmes não produzidos nos EUA, afirmando que a indústria está “se esvaindo”. Contudo, para muitos profissionais, essa ideia é uma falácia perigosa.
Scott Jones, presidente da Artist View Entertainment, expressou ceticismo em relação às intenções de Trump. “Não vejo nenhum benefício no que ele tenta fazer. Na verdade, isso pode causar mais danos”, ressaltou. No evento, ele apresentou seu filme sobre a guerra civil americana, “The Legend of Van Dorn”, e fez ecoar as preocupações de uma indústria que já enfrenta desafios significativos.
Cinemas e sindicatos se uniram em uma carta agradecendo ao presidente pelo seu “apoio”, mas enfatizando a necessidade de incentivos fiscais para a filmagem de obras nos Estados Unidos. Enquanto mais de 80 países oferecem essas vantagens, produções como “Missão Impossível – O Acerto Final”, que acontece em locações internacionais, refletem o deslocamento da indústria para além das fronteiras americanas.
Louise Lantagne, diretora da Quebecreatif, confirmou que as filmagens nos EUA estão se tornando cada vez mais raras, uma vez que os custos de produção se tornaram proibitivos. “Estamos atraindo os filmes por sermos mais acessíveis e por oferecermos incentivos robustos”, comentou. A ameaça de tarifas, na visão dela, poderia transformar o cenário em um “inferno burocrático”, repleto de complicações sobre o que constitui um filme americano.
A situação se complica ainda mais com a visão de financiadores internacionais, que estão hesitantes em arriscar seus investimentos. Um produtor veterano, que preferiu manter sua identidade em sigilo, comentou: “Os investidores não querem queimar suas asas no longo prazo. Essa retórica está nos prejudicando.”
A industrialização do financiamento cinematográfico em um contexto globalizado faz com que seja desafiador determinar a nacionalidade de um filme. Exemplos como “Splitsville” e “Novocaine: À Prova da Dor” demonstram que a produção existe em um cenário interligado e que custos crescentes na Califórnia estão afastando produções do solo americano.
O climatizar da conversa em Cannes evidencia a tensão entre a visão de Trump para Hollywood e a realidade enfrentada pelos artistas e produtores. A ansiedade que permeia o setor deixa um claro apelo por soluções mais inteligentes e pragmáticas que realmente possam revitalizar a indústria. Como você se sente sobre as propostas do ex-presidente? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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