São Paulo — Um grupo criminoso operava no 6º Distrito Policial de Santo André, formando um “QG da propina”, onde policiais extorquiam funkeiros e influenciadores envolvidos com jogos de azar nas redes sociais.
Uma investigação do Ministério Público do estado (MPSP), em colaboração com a Polícia Federal (PF) e a Corregedoria da Polícia Civil, desvendou o esquema liderado por Fábio Marcelo Fava, chefe dos investigadores.
Na denúncia feita à Justiça, o MPSP acusou oito pessoas, incluindo uma advogada e seis policiais, por crimes como organização criminosa e corrupção. Quatro agentes foram presos, mas três já estão em liberdade.
Entenda o esquema
- Entre setembro de 2023 e abril de 2024, policiais criaram investigações falsas para apurar a divulgação de jogos de azar.
- Eles instauravam procedimentos para abordar artistas, acusando-os criminalmente.
- Para encerrar as investigações, extorquiam os funkeiros, exigindo propina.
- O MPSP afirmou que a organização formava um “centro de arrecadação de propinas” no 6º DP.
Funcionamento do QG da propina
Fábio liderava o esquema e autorizava as investigações. Ele encobria as ações dos colegas, fornecendo informações falsas aos superiores.
Eronias Roque Barbosa monitorava redes sociais para encontrar alvos, especialmente da produtora Love Funk, e passava as informações a Rodrigo Barros de Camargo, que instaurava os inquéritos.
Outros policiais, como Adriano Fernandes, Magally Ivone e Múcio, também participavam do esquema. Rodrigo e Adriano recolhiam pagamentos, enquanto Magally fornecia a chave Pix para receber as propinas.
O MPSP destacou que um dos envolvidos não estava atuando na delegacia durante parte das extorsões, mas continuou na organização.
Denúncia do MPSP
Os policiais e Eronias foram denunciados por crimes de organização criminosa e corrupção passiva. A advogada Ivana Ribeiro também foi acusada de corrupção ativa por oferecer dinheiro aos policiais.
O MPSP pediu uma indenização de R$ 700 mil em favor do estado, além da perda de bens dos denunciados.
Policiais presos
Fábio, Adriano, Magally e Múcio foram presos na operação “Latus Actio III” da PF em abril. Apenas um dos agentes permanece preso; o processo é sigiloso e detalhes sobre os soltos não foram divulgados.
Rodrigo e Adriano foram afastados dos cargos, conforme publicação em Diário Oficial. O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa dos investigados, que permanece aberta para manifestações.
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