Senado aprova novo marco do licenciamento ambiental, que retornará para ser votado pela Câmara dos Deputados

Publicado:

Na noite dessa quarta-feira, 21, o Senado aprovou, com 54 votos a favor e 13 contra, o PL 2.159/2021, dando vida à Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Essa legislação inovadora propõe um conjunto de normas que unificará os procedimentos para a emissão de licenças ambientais em todo o Brasil, assegurando que todos os órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) sigam diretrizes claras e consistentes.

Originado em 2004 por Luciano Zica, o projeto finalmente chegou ao Senado em 2021. Após alterações realizadas pela relatora Tereza Cristina, a proposta retorna à Câmara dos Deputados para uma nova votação. Em sua justificativa, a senadora destacou que o projeto trará “segurança jurídica e previsibilidade” para atrair investimentos, promovendo o desenvolvimento econômico e social sob bases sustentáveis. Confúcio Moura, do MDB-RO, complementou afirmando que essa medida resolve a “bagunça” atual em relação ao licenciamento ambiental.

Uma das principais inovações foi a restrição das atividades que podem ser dispensadas de licenciamento ambiental. Inicialmente, 13 tipos de empreendimentos estavam livres dessa exigência, mas as novas diretrizes estabelecem que a dispensa só será aplicável àqueles que não apresentem risco ao meio ambiente ou que sejam imprescindíveis em situações de emergência ou soberania nacional. As atividades dispensadas incluem:

  • Operações de caráter militar que não envolvam a utilização de recursos ambientais ou que não sejam potencialmente poluidoras;
  • Empreendimentos não listados para licenciamento;
  • Obras emergenciais em situações de calamidade;
  • Serviços de manutenção em infraestruturas existentes.

O novo texto obriga licenciamento para serviços de distribuição de energia elétrica até 69 Kv, além de locais de tratamento de água e esgoto, e depósitos e reciclagem de resíduos sólidos. Um ponto significativo da proposta é a simplificação da Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), que poderá ser obtida através de uma autodeclaração por parte do empreendedor, desde que sejam cumpridos requisitos estabelecidos pela autoridade responsável.

A LAC será amplamente aplicada, exceto a empreendimentos de alto impacto ambiental. O Senado implementou emendas que limitam essa licença a empreendimentos de pequeno ou médio porte, considerados de baixo ou médio potencial poluidor, e que não tenham fragilidades ambientais. Além disso, exige conhecimento prévio sobre as características da região onde se dará a implementação, bem como uma análise dos potenciais impactos.

As normas também proíbem a concessão da LAC em casos de desmatamento de vegetação nativa, exigindo autorização específica. Adicionalmente, o projeto torna mais rigorosos os prazos para a LAC, que devem variar entre cinco e dez anos, conforme as informações do Relatório de Caracterização do Empreendimento.

Em relação à renovação automática de licenças, a proposta do Senado limita essa prática a atividades de baixo ou médio impacto ambiental, e apenas se não houver alteração nas características do empreendimento ou na legislação aplicável, além do cumprimento das condicionantes da licença.

Outro avanço significativo é o endurecimento das punições para quem violar a legislação ambiental, com pena de detenção podendo chegar até dois anos, além de multas. O texto também considera que terras indígenas e quilombolas não regularizadas não serão levadas em conta para licenciamento de atividades econômicas que afetem essas áreas, e as Unidades de Conservação só serão consideradas se o impacto for direto.

Por fim, o projeto revisita a Licença de Instalação (LI) para empreendimentos lineares, permitindo ao empreendedor solicitar condicionantes para o início da operação imediatamente após a instalação, desde que apresente um termo de cumprimento assinado por um responsável técnico.

Essa nova fase no licenciamento ambiental promete transformar a gestão de recursos naturais no Brasil. O que você acha dessa mudança? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre como isso pode impactar o desenvolvimento sustentável no país!

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Empresa alvo da PF no Amapá recebeu R$ 10 bi do governo federal

A LCM Construção e Comércio, alvo das investigações da Polícia Federal no Amapá, tem se destacado por receber impressionantes R$ 10,8 bilhões do...

Padrasto também provou bolinho envenenado que matou jovem de 19 anos

No desdobrar de uma tragédia familiar, Admilson Ferreira dos Santos, padrasto de Lucas da Silva Santos, que faleceu aos 19 anos, confessou ter...

Mulher foge da PM e abandona maconha, cocaína e balanças no Caminho do Mar

Na noite do último dia 21 de julho, um patrulhamento de rotina da Polícia Militar na localidade conhecida como Caminho do Mar, em...