A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) possui quatro votos favoráveis à condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão, além da perda do mandato parlamentar por sua participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O julgamento ocorre no plenário virtual da Corte.
O julgamento começou na sexta-feira (9/5), com os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin votando pela condenação, sugerindo pena em regime fechado. A Câmara dos Deputados deverá confirmar a perda de mandato.
Neste sábado (10/5), a ministra Cármen Lúcia também votou pela condenação, afirmando que existem evidências claras da autoria e materialidade dos crimes atribuídos a Zambelli e ao hacker Walter Delgatti Neto, réu no mesmo processo.
“Os réus, Carla Zambelli Salgado e Walter Delgatti Neto, cometeram os crimes pelos quais denunciados, e as circunstâncias judiciais determinaram a dosimetria adotada”, destacou Cármen.
O julgamento aguarda agora o voto do ministro Luiz Fux, com o plenário virtual disponível até a próxima sexta-feira (16/5).
Invasão
- Pela Ação Penal 2428, Zambelli e Delgatti invadiram seis sistemas do Poder Judiciário 13 vezes, incluindo documentos falsos, como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
- A PGR alega que o objetivo era adulterar dados para prejudicar a administração do Judiciário e gerar vantagens políticas.
- Ambos respondem por invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, negando as acusações.
Conforme a denúncia, Zambelli liderou a invasão a sistemas judiciais, enquanto Delgatti executou o crime entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. O Ministério Público argumenta que Zambelli contatou Delgatti, sabendo de suas habilidades técnicas, propondo uma invasão em troca de um contrato de serviços relacionados à sua atividade parlamentar.
A deputada ainda teria orientado Delgatti na elaboração do mandado de prisão falsa contra o ministro Alexandre de Moraes, sendo diretamente responsável pela confecção do documento fraudulento.
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O hacker alega ter recebido pagamento próximo de R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli
Outro lado
Em nota, Zambelli expressou seu inconformismo com o voto de Moraes, afirmando que não há provas suficientes para condená-la. Ela declarou ser alvo de uma perseguição política que, segundo ela, atenta contra sua honra e os princípios do Estado de Direito.
Zambelli ressaltou a ausência de provas e alegou que o processo tenta silenciá-la como uma mulher de direita, prometendo continuar firme em seus princípios e reafirmando sua fé inabalável na justiça.
O caso levanta questões sobre a legislação e a política, gerando debates sobre a integridade das instituições e a accountability dos representantes públicos. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe suas opiniões nos comentários.
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