O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando um desvio de R$ 40 milhões do Conselho Federal de Odontologia (CFO), oriundo de um esquema de pirâmide financeira que movimentou cerca de R$ 100 milhões entre 2021 e 2022. No Brasil, há atualmente 690 mil profissionais de odontologia registrados no CFO, dos quais 382 mil são cirurgiões-dentistas.
O desvio inclui envolvimento de diretores e ex-diretores da entidade com a empresa Solstic Capital, dirigida pelo empresário Flávio Batel, falecido em novembro de 2024. O atual presidente do CFO, Cláudio Yukio Miyake, é apontado como o principal articulador do investimento de recursos públicos na pirâmide financeira.
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Cláudio Miyake, presidente do CFO, era secretário-geral da entidade.
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Flávio Batel morreu em dezembro, em circunstâncias misteriosas.
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Denúncia ao TCU pede afastamento de Cláudio Miyake da presidência do CFO.
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Empresário Flávio Batel, morto em 2024, era dono da Solstic.
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TCU investiga desvio de recursos do CFO em esquema de pirâmide.
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O documento do TCU solicita o afastamento cautelar de Cláudio Yukio Miyake e de outros diretores, considerados corresponsáveis pela aprovação das contas nas quais ocorreram os aportes à Solstic Capital.
Informações apuradas indicam que Flávio Batel buscou Miyake através de Carlos Alberto Kubota, sócio no Instituto Educacional União Cultural, onde a Solstic oferecia comissões atrativas para novos investidores.
Lastro financeiro
Após o início dos aportes, Batel e Kubota fundaram a B-Life Saúde Médica Ltda., que visava fornecer serviços de saúde. A constituição da B-Life levanta suspeitas de que poderia facilitar a evasão de divisas, desviando recursos públicos investidos pelo CFO.
A empresa KHealth LLC, parte da estrutura societária da B-Life, é vista como um elo em uma possível rede de lavagem de dinheiro.
Suspeitas levantadas indicam que Batel poderia ter sido usado como laranja, dadas suas dificuldades financeiras, e que Kubota seria o beneficiário final da operação.
Morte suspeita
A morte de Flávio Batel, em novembro de 2024, em circunstâncias misteriosas, aumenta a complexidade do caso. Relatos indicam um possível suicídio, aumentando as tensões e incertezas no CFO, especialmente após renúncias abruptas de membros da diretoria.
Com a nova gestão, comunicado interno do CFO afirmou que a Solstic havia devolvido parte dos valores investidos e indicado ações diante do Ministério Público Federal.
A diretoria anterior reafirmou que as decisões sobre o investimento foram tomadas por membros que já não ocupavam mais os cargos, isentando os atuais diretores de qualquer irregularidade
Além do pedido de afastamento, a denúncia requer investigações por peculato, estelionato e outros crimes financeiros envolvendo a situação.
Recentemente, o CFO confirmou a responsabilização da gestão anterior e ajuizou uma ação contra a Solstic, enfatizando que a operação passou a ser analisada assim que as novas direções assumiram.
À medida que o caso avança, o CFO se compromete a manter a transparência e prestar esclarecimentos sobre os desdobramentos. Que sua voz seja uma aliada na luta por justiça e responsabilidade quando se trata de proteção dos recursos da comunidade odontológica.
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