Em uma drástica medida que marca um novo capítulo nas tensões entre o governo Trump e as instituições de ensino superior, Harvard foi proibida de matricular estudantes estrangeiros. A decisão, anunciada na última quinta-feira, 22 de maio de 2025, pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, revoga com efeito imediato a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis). Essa revogação afetará os alunos com vistos de não imigrante F e J, que representam 27,2% dos 30 mil estudantes da universidade.
A ação chega num momento crítico, a apenas uma semana da graduação de muitos alunos. Noem justificou a decisão alegando que Harvard não atendeu aos pedidos por informações e insinuou que a instituição promove um ambiente hostil, marcado por apatia em relação a manifestações antissemitas e embraços a pautas alinhadas ao Hamas. Em resposta, Harvard classificou a ação do governo como ilegal e reafirmou seu compromisso com a diversidade e a inclusão, destacando a importância dos alunos internacionais, que vêm de mais de 140 países e são essenciais para a vibrante cultura acadêmica da universidade.
A repercussão da decisão acarretou preocupação não apenas entre os futuros estudantes, como também entre os que já estão matriculados. “O medo é palpável”, afirma Alice Goyer, uma estudante americana, ao relatar a tensão entre seus colegas internacionais. Karl Molden, um estudante austríaco, complementa que a imagem dos Estados Unidos como destino de ensino superior está em risco, refletindo uma crescente desconfiança sobre a abertura do país para educandos de todo o mundo.
O governo Trump enfrenta um movimento que muitos consideram um ataque sistemático às universidades do país, buscando controlar a narrativa acadêmica e as políticas de diversidade. Algo que Harvard não aceitou em silêncio, alegando que a medida é uma tentativa de minar a liberdade acadêmica e, ao mesmo tempo, retaliar pela sua oposição às diretrizes do governo. Enquanto isso, a Corte Federal interveio, suspendendo a revogação do status legal dos estudantes estrangeiros, mas a incerteza ainda persiste no ar.
Com um histórico de investimentos e uma matrícula que pode superar os US$ 87 mil, Harvard é a instituição mais rica dos Estados Unidos. No entanto, essa riqueza, que depende de subsídios e das taxas elevadas de matrícula dos alunos internacionais, agora está sob ameaça. Noem se manifestou, citando que as universidades têm a matrícula de estudantes estrangeiros como um privilégio, não um direito. E assim, a batalha entre ideais e políticas se intensifica, levantando questões sobre o futuro do ensino superior nos Estados Unidos.
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