A Comissão Europeia, na última segunda-feira (19), revelou uma nova previsão de crescimento econômico para a zona do euro, que agora se apresenta menos otimista para 2025 e 2026. As projeções foram impactadas negativamente pelas tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que provocaram tensões comerciais e incertezas globais. O crescimento previsto para 2025 é de apenas 0,9%, uma redução em relação aos 1,3% esperados anteriormente, em novembro do ano passado.
Para 2026, a expectativa caiu também, com um crescimento projetado de 1,4%, dois décimos abaixo do que havia sido previamente indicado. Valdis Dombrovskis, comissário europeu para Economia, destacou que o crescimento enfrenta um cenário de “incerteza mundial maior”. Em suas declarações, ele ressaltou que, apesar dos desafios, a economia da UE demonstra resiliência, mesmo em meio a uma situação global tão volátil e imprevisível.
Dombrovskis comparou a incerteza atual àquelas observadas nos períodos mais sombrios da pandemia de covid-19, afirmando: “Esperamos que o comércio seja um motor menos importante do crescimento mundial”. As previsões da Comissão apontam para uma contração nas perspectivas de crescimento global, ressaltando que as exportações da UE devem crescer apenas 0,7% neste ano. Este cenário de fragmentação comercial, segundo a Comissão, pode não só prejudicar o PIB, mas também reativar pressões inflacionárias.
A UE enfrenta o desafio de estabilizar sua recuperação econômica após os impactos severos da pandemia, que foram exacerbados pela invasão da Rússia à Ucrânia em 2022. As recentes políticas tarifárias dos EUA elevaram a possibilidade de uma guerra comercial com parceiros tradicionais, intensificando a insegurança no bloco.
Essa fragilidade econômica não é atribuída somente a questões geopolíticas. Em um contundente relatório de setembro do ano passado, o ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, apontou que a união precisa de reformas radicais para evitar uma “lenta agonia”. Ele defendeu investimentos expressivos em inovação digital, transição ecológica e na indústria de defesa.
Nesse contexto, o novo chefe de governo da Alemanha, Friedrich Merz, apresentou um ambicioso plano de modernização das infraestruturas do país e fortalecimento de suas forças armadas, enquanto a UE se compromete a implementar reformas, como a flexibilização de regulamentações que afetam a competitividade. Uma das metas é criar um verdadeiro mercado único de financiamento para reter startups européias e evitar que busquem capital fora do continente.
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