Os uruguaios se despedem de “Pepe” Mujica, ex-guerrilheiro e presidente, que faleceu aos 89 anos, lutando contra um câncer. Mujica, conhecido por seu estilo de vida austero, morreu em sua casa em Montevidéu, acompanhado pela esposa, Lucía Topolansky. Ela havia informado que ele estava em estágio terminal desde a descoberta do câncer em 2024.
O cortejo fúnebre, iniciado pelo presidente uruguaio Yamando Orsi e Topolansky, ocorreu pela Avenida 18 de julho, onde uruguaios se reuniram para homenagear o líder. A população gritou palavras de gratidão enquanto o caixão passava em uma carroça funerária puxada por cavalos. Durante a tarde, um velório aberto ao público no Congresso permitirá uma última saudação. O governo decretou três dias de luto oficial.
A morte de “Pepe”, frequentemente chamado de “presidente mais pobre do mundo”, gerou uma série de tributos de líderes latino-americanos. Luiz Inácio Lula da Silva destacou a “grandeza humana” de Mujica e reconheceu sua contribuição para a unidade da América Latina. O presidente chileno Gabriel Boric expressou que Mujica deixou um legado de esperança. A ex-presidente argentina Cristina Kirchner também ressaltou a importância do uruguaio para a militância e a causa do continente.
Durante seu mandato (2010-2015), Mujica desafiou normas políticas, implementando reformas notáveis, como a legalização da maconha, e tomou decisões reconhecidas como polêmicas, como acolher prisioneiros da Baía de Guantánamo. Sua trajetória começou na juventude, como líder do Movimento de Liberação Nacional-Tupamaros (MLN-T), resultando em 13 anos de prisão sob a ditadura.
Mujica continuou defendendo a unidade latino-americana até seus últimos dias, deixando um impacto duradouro na política e na sociedade.
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