Uma mobilização inédita entre os Ministérios Públicos de todo o Brasil acaba de lançar uma campanha que visa promover o acolhimento familiar de crianças e adolescentes. Essa iniciativa, que se inspira na experiência bem-sucedida do Ministério Público da Bahia (MP-BA), já atua há cinco anos e busca dar visibilidade a uma alternativa mais humanizada ao acolhimento institucional.
A campanha tem como principal objetivo sensibilizar a população para a importância de acolher temporariamente aquelas crianças e adolescentes que foram afastados de suas famílias por decisão judicial. Ao contrário da adoção, o acolhimento familiar é uma solução provisória, que proporciona um lar seguro e afetuoso até que ocorra a reintegração familiar ou seja definida uma nova medida protetiva.
Com o apoio do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), que reúne representantes dos Ministérios Públicos estaduais e do Ministério Público Federal, a ação busca fortalecer laços afetivos e melhorar os indicadores de desenvolvimento emocional, social e escolar das crianças acolhidas. “Essa é uma política pública que precisa ser ampliada e consolidada no país. As evidências mostram que as crianças acolhidas em lares familiares, em vez de instituições, superam traumas e constroem laços de confiança”, declara Cristina Seixas Graça, promotora de Justiça e coordenadora da Infância e Juventude do MP-BA.
Atualmente, milhares de crianças e adolescentes ainda vivem em abrigos pelo Brasil, e essa campanha tem o intuito de informar a população sobre como funciona o acolhimento familiar. Além disso, busca incentivar novas famílias a se cadastrarem para fazer parte desse programa, o qual exige formação, acompanhamento técnico e um compromisso sério com a função temporária e protetiva que o acolhimento oferece.
Os interessados em participar devem procurar o Ministério Público, a Vara da Infância e Juventude ou o Conselho Tutelar de seu município para obter mais informações e iniciar o processo de habilitação. A campanha nacional contará com vídeos, peças digitais e depoimentos de famílias acolhedoras, e será divulgada nas redes sociais e canais institucionais ao longo dos próximos meses.
Essa iniciativa reafirma o compromisso do MP-BA com o direito à convivência familiar e comunitária, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e destaca o papel essencial da sociedade na proteção das crianças em situação de vulnerabilidade. Sua participação pode fazer a diferença na vida de uma criança. Você está pronto para acolher?
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