Aumento do IOF gera custo de quase R$ 20 Bilhões para empresas

Publicado:


ARTIGOS

Com a nova tributação, a carga do IOF sobre empréstimos pode ultrapassar 110% ao ano

Por Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB-BA

07/06/2025 – 13:17 h

Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB-BA

Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB-BA –

O recente aumento das alíquotas do IOF gerou uma onda de apreensão no setor produtivo. Estima-se que essa mudança custará R$ 19,5 bilhões ao setor já em 2025 e pode alcançar R$ 39 bilhões no ano seguinte. Em vez de impulsionar a competitividade e a previsibilidade necessária, esta medida parece intensificar a carga financeira, afetando diretamente a produção, o investimento e o crescimento das empresas brasileiras.

O impacto no acesso ao crédito é alarmante. Com a nova tributação, a carga do IOF sobre empréstimos pode superar 110% ao ano. Isso encarece operações fundamentais para a operação e expansão dos negócios, justamente em um período em que a economia clama por estímulos. Essa penalização atinge a atividade produtiva, que já enfrenta desafios estruturais significativos.

As micro, pequenas e médias empresas são as mais prejudicadas, já que frequentemente têm dificuldade para acessar crédito e contam com escassas opções no mercado de capitais. O aumento do IOF só torna essa realidade mais desafiadora.

Além do impacto no crédito, é crucial considerar o efeito sobre o câmbio e os investimentos. Com o aumento do IOF, os custos de importação de insumos e bens de capital são elevados, complicando a modernização do parque industrial brasileiro. A tributação desigual sobre produtos financeiros, como o VGBL, distorce o mercado e desencoraja a formação de poupança de longo prazo, empurrando o país para uma cultura de curto-prazismo que dificulta investimentos essenciais.

Por natureza, o IOF deve atuar como um imposto regulatório, e não meramente como uma forma de arrecadação. Utilizá-lo para reforçar as finanças do governo é contraproductivo e vai na contramão do crescimento do Brasil. O país precisa de um modelo fiscal mais eficiente e estável, que proporcione previsibilidade aos investimentos e reduza a carga tributária que sufoca a competitividade nacional.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email
Compartilhar no X
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

“`

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cidade de São Paulo também deve aprovar venda de bebida em estádios, diz Nunes

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sinalizou que a prefeitura acompanhará a decisão do Estado caso a Assembleia Legislativa aprove a venda...

PM que matou homem que furtou sabão em SP é condenado a 2 anos em regime semiaberto

O policial militar Vinicius de Lima Britto foi condenado a dois anos, um mês e 27 dias de detenção em regime semiaberto. A...

Justiça condena SP a multa de R$ 24,8 mi por não ofertar aborto legal

A Justiça decidiu que a prefeitura de São Paulo deve pagar uma multa de R$ 24,8 milhões. A razão é a falta de...