Pais de estudante de medicina morto pela PM vão à ONU contra governo

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Em um ato corajoso e carregado de emoção, os pais do jovem estudante de medicina, Marco Aurélio Cardenas Acosta, que perdeu a vida aos 22 anos em um trágico incidente com a Polícia Militar de São Paulo, partem para Genebra, na Suíça. Eles buscam justiça e proteção de direitos humanos, denunciando o governo estadual na 59ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Silvia Mônica e Júlio César apresentaram dados alarmantes sobre a letalidade policial na atual gestão, retratando não apenas o perfil das vítimas, mas também a situação dos policiais envolvidos no caso de Marco. No dia 19 de junho, eles levarão suas vozes à maior tribuna internacional, clamando por mudanças e por responsabilidade.

“Estou aqui para denunciar o governo do estado de São Paulo e o policial Guilherme Augusto Derrite, que tirou a vida do meu filho desarmado”, declarou Silvia em um ato contra a violência policial, ecoando a dor de uma mãe que perdeu seu filho em um ato violento. Ela não hesitou em criticar também o governador Tarcísio de Freitas, chamando atenção para a impunidade que permite a presença de um “assassino confesso” próximo à Secretaria da Segurança Pública.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os policiais envolvidos no assassinato de Marco, atualmente em funções administrativas, podem retornar ao trabalho de campo com autorização do comandante do batalhão. Essa revelação gera um novo clamor por justiça.

A morte de Marco Aurélio ocorreu em 20 de novembro após uma perseguição que começou quando ele deu um tapa no retrovisor de uma viatura. Desarmado, tentou se refugiar em um hotel, mas foi alcançado por um dos policiais, que o agrediu. A situação culminou em um tiro fatal que interrompeu sua vida. A ação, registrada por câmeras corporais dos policiais, gerou uma onda de indignação e revelou a gravidade da crise de violência enfrentada na gestão atual.

Marco é uma das 85 vítimas da Polícia Militar em São Paulo que foram mortas sem porta-arma, em um contexto onde a PM disparou 459 vezes em resposta a esses incidentes, conforme dados divulgados pelo Metrópoles.

Em meio a este ambiente de tensão, o governador Tarcísio de Freitas, em uma ocasião anterior, manifestou despreocupação diante das críticas à violência policial, afirmando que estava “nem aí” para as contestações ou investigações sobre supostas execuções. As declarações foram feitas durante um evento em São Paulo, onde ele parecia desconsiderar as preocupações dos cidadãos sobre a segurança pública.

A jornada de Silvia e Júlio não é apenas uma luta pessoal, mas um grito coletivo por um tratamento mais justo e humano nas relações entre a polícia e a sociedade. Para muitos, o que está em jogo é a dignidade da vida e a segurança de todos. Que essa história nos comova e nos inspire a nos mobilizar por mudanças. Compartilhe suas opiniões e contribua com essa conversa vital nos comentários.

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