Promotor do MP-BA é suspenso pelo CNMP por grilagem de terras

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Um novo capítulo de corrupção no sistema judiciário brasileiro se descortina após a suspensão do Promotor de Justiça Rildo Mendes de Carvalho, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O motivo? A participação ativa em um audacioso esquema de grilagem de terras que envolveu o registro fraudulento de uma vasta área rural de mais de 229 mil hectares no município de Barra.

As investigações revelaram um enredo sombrio onde o promotor favoreceu um escritório de advocacia, pertencente à sua esposa, em clara violação de seus deveres funcionais. Entre julho de 2013 e agosto de 2015, Rildo Mendes facilitou uma regularização ilícita de terras, implicando na possível apropriação ilegal de áreas públicas ou de propriedade de terceiros, algo que fere os pilares da justiça e da ética.

Após um minucioso processo administrativo, o conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira, relator do caso, encontrou suficientes evidências das infrações. Com base na Lei Orgânica do MP-BA e no Código Penal, a maioria dos conselheiros votou pela suspensão de 90 dias, embora alguns, como o corregedor nacional do Ministério Público e a conselheira Cíntia Brunetta, advogassem por uma sanção mais drástica: a disponibilidade compulsória, significando a saída irrevogável do promotor.

Além da suspensão, o CNMP decidiu encaminhar o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar uma possível omissão do Poder Judiciário baiano no ocorrido. Também foi sugerido que o MP-BA introduza em sua Lei Orgânica uma previsão clara para a demissão de membros vitalícios em casos de infrações graves, reforçando a necessidade de alinhamento com a Constituição Estadual.

Este promotor não é apenas um funcionário do estado, mas também um ator em um esquema maior, ligado à famosa Operação Faroeste. Em março, ele emitiu um parecer em uma ação reivindicatória onde um casal, conhecido como “borracheiro”, clamava pela posse de 366 mil hectares em Formosa do Rio Preto, uma área implicada em um esquema de vendas de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia.

O desdobramento desses eventos levanta questões cruciais sobre a corrupção no serviço público e a proteção da propriedade. Queremos ouvir sua opinião: quais medidas você acha que devem ser tomadas para acabar com esses e outros esquemas de corrupção? Deixe seu comentário!

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