A situação na Faixa de Gaza se agrava a cada dia. O número de palestinos mortos enquanto aguardam auxílio humanitário já chega a 516, de acordo com a Defesa Civil local. O último ataque das Forças de Defesa de Israel, que atingiu pontos de distribuição de alimentos, resultou em 49 mortes e 197 feridos. A luta pela sobrevivência se transforma em uma luta pela vida em meio a bombardeios indiscriminados.
Desde o fim de maio, a população de Gaza depende de um sistema de distribuição controlado pela Gaza Humanitarian Foundation, apoiada por Israel e Estados Unidos. Contudo, esse modelo tem sido descrito como uma “armadilha mortal” pelos que se aventuram a buscar alimentos. “As pessoas estão morrendo simplesmente tentando conseguir comida. Tentar sobreviver se tornou uma sentença de morte”, destacou Jonathan Whittall, coordenador da Agência da ONU para Assuntos Humanitários (OCHA).
“Os locais de entrega de alimentos se transformaram em zonas de tiro, sob controle militar e sem garantias de segurança”, afirmou Whittall, acrescentando que essa situação é inaceitável.
Palestinos recebem refeições distribuídas por organizações humanitárias na área de al-Mawasi, em Khan Yunis, Gaza.
Moradores palestinos fazem busca e resgate após o exército israelense atacar uma barraca usada como ponto de carregamento de celulares no Campo de Refugiados de Al-Shati, na Cidade de Gaza.
Palestinos fazem fila com seus recipientes para receber refeições quentes distribuídas por organizações humanitárias em Mewasi, enquanto a crise alimentar se agrava devido aos ataques contínuos em Khan Yunis, Gaza.
410 Mortes em Menos de Um Mês
O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos confirmou que 410 civis perderam a vida enquanto aguardavam pela GHF desde 26 de maio. Para a ONU, essa prática pode ser considerada um crime de guerra. As organizações humanitárias, vendo o cenário de forma crítica, se negam a colaborar com este modelo, alegando violação de princípios essenciais de neutralidade.
“Observamos um padrão assustador de forças israelenses abrindo fogo contra multidões que se aglomeram para obter alimentos”, denunciou Philippe Lazzarini, comissário da UNRWA.
Fome Extrema em Gaza
A crise alimentar em Gaza é alarmante. A ONU estima que mais da metade da população está enfrentando níveis extremos de fome. Desde o início da guerra, em outubro de 2023, o bloqueio e o cerco militar agravaram esta situação, levando muitos a severas privações. Organizações internacionais acusam Israel de usar a fome como um instrumento de guerra, enquanto mais de 56 mil civis já faleceram e 130 mil ficaram feridos nos últimos nove meses.
Apesar das graves denúncias, Tel Aviv defende que os pontos de distribuição visam garantir que a população receba alimentos de forma segura. No entanto, vídeos e relatos que circulam pela internet desafiam essa narrativa, mostrando a brutal realidade vivida por milhares de cidadãos. Sua voz merece ser ouvida; o que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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