Em fevereiro de 2023, Rogério Matos Xavier organizou uma festa extravagante no interior paulista, onde a entrada de limusine chamava a atenção de todos. O evento celebrava a Roger Cred Soluções, uma empresa que se apresenta como “realizando sonhos”. Nas imagens compartilhadas no Instagram, sargentos da Polícia Militar, os irmãos Alan e Rafael Soares, eram facilmente identificáveis entre os convidados.
Esse momento de ostentação se tornou um ponto crucial para a Corregedoria da PM. As festas e interações foram catalogadas e usadas como evidência em uma investigação que ligava pelo menos seis policiais militares de São José do Rio Preto a atividades ilícitas envolvendo agiotas e traficantes de drogas. Como resultado, em maio, Alan e Rafael Soares, além do sargento Saint Clair Soares e Felício Pereira Alonso Soler, foram presos sob a suspeita de serem assassinos de aluguel do crime organizado.
A trama se complicou. Menos de um ano após a celebração, Rogério foi detido por porte ilegal de armas em meio a um arsenal encontrado em sua propriedade. A polícia apreendeu seis armas, incluindo uma submetralhadora e uma escopeta calibre 12, além de um silenciador e mais de 200 munições. Essa apreensão não só confirmou a gravidade das suspeitas sobre Rogério, mas também acendeu um alerta para o envolvimento de PMs em um esquema de empréstimos ilegais com juros extorsivos.
As apurações revelaram que os policiais militares estariam envolvidos em assassinatos de rivais e devedores de agiotas. Até o momento, a defesa dos acusados não foi encontrada para se manifestar sobre as acusações, e o espaço continua aberto para suas considerações.
Outros dois policiais também estão sob investigação: o soldado Luís Guilherme Silva Pavani e mais um, cuja identidade é mantida em sigilo. A Corregedoria da PM detalhou que algumas execuções ocorreram entre setembro e dezembro de 2023, indicando que ao menos quatro agiotas foram mortos, todos em circunstâncias semelhantes, e que duas dessas execuções podem ter sido feitas durante o horário de serviço do sargento Saint Clair.
As investigações apontam para uma série de assassinatos: em setembro de 2023, Diego foi morto em sua borracharia; em novembro, Kléber foi fuzilado ao estacionar seu carro. Outro assassinato, em dezembro, vitimou Jefferson Cristiano de Souza dentro de seu condomínio. A sequência de crimes terríveis é marcada pela conexão de todos os mortos ao submundo do agiotagem.
Surpreendentemente, a trama se aprofunda com a identificação de Bianca Meirelles Nogueira como a suposta mandante de várias dessas execuções. Ela teria contratado os PMs para eliminar rivais, inclusive organizando a morte de Jefferson Caetano Barbosa, um crime que teve um impacto devastador na dinâmica do crime local.
Todos os policiais detidos agora estão custodiados no Presídio Militar Romão Gomes, enquanto a investigação pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo continua. A PM, em nota, ressaltou sua determinação em não tolerar qualquer tipo de irregularidade entre suas fileiras. A sociedade aguarda, com apreensão, os desdobramentos desse inquietante caso de traição e corrupção dentro das forças de segurança.
Você tem alguma opinião ou insight sobre esse caso intrigante? Compartilhe nos comentários e vamos iniciar uma discussão sobre o impacto da corrupção nas instituições!
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