Prefeito preso disse em ligação que ministro do STJ vazou operação

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Eduardo Siqueira Campos, prefeito de Palmas, Tocantins, e ex-senador, deputado federal e estadual, foi preso pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira, 27 de junho, por suspeita de envolvimento em um esquema de vazamento de informações sigilosas relacionadas a inquéritos do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essa prisão ocorreu na nova fase da operação Sisamnes, que investiga a comercialização de sentenças judiciais.

Durante as investigações, Siqueira Campos foi flagrado em conversas que sugeriam que ele recebeu informações privilegiadas de um ministro do STJ. Em diálogo com Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador de Tocantins, o prefeito mencionou que o ministro João Otávio de Noronha havia lhe passado informações sobre uma operação da PF feita em 2010, o que o próprio ministro nega.

Siqueira disse em uma mensagem: “Esse Noronha, há 15 ou 18 anos, me chamou em Brasília e falou: ‘Siqueira, só para avisar ao teu pai que vão ser afastados quatro desembargadores’.” Essa referência remete à operação Maet, que ocorreu em dezembro de 2010.

Fachada do Superior tribunal de justiça - STJ
Sede do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília

O envolvimento de Siqueira Campos na operação Sisamnes se intensificou após a PF descobrir mensagens em um celular de um desembargador do Tribunal de Justiça de Tocantins, que indicavam o recebimento de informações sobre uma operação realizada em 2024. O envio dessas informações teria saído do celular de Thiago Barbosa, destacando a conexão entre os envolvidos.

Trechos de documentos indicam que a PF obteve gravações de ligações entre Thiago Barbosa e Eduardo Siqueira Campos, discutindo informações sigilosas de operações anteriores, como Fames-19 e Maximus. Essas conversas sugerem um nível de conhecimento profundo sobre os inquéritos sigilosos em andamento.

Siqueira Campos já foi alvo de outras investigações pela PF, incluindo a operação Acrônimo, relacionada a um grupo ligado ao ex-ministro Fernando Pimentel, e a operação Ápia, que revelou um esquema de corrupção em uma agência estadual de Tocantins. Esses antecedentes somam-se a um cenário de sérias dúvidas sobre sua atuação política.

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