Hugo Aguilar, um advogado indígena mixteco e ex-assessor de uma guerrilha zapatista, está prestes a fazer história como o novo presidente da Suprema Corte do México. A confirmação de sua vitória veio na contagem oficial dos votos encerrada nesta quinta-feira, onde ele se destacou como o candidato mais votado, recebendo 5,3% dos votos. Essa escolha é um marco significativo, uma vez que o México se tornou o primeiro país do mundo a eleger todos os juízes através de votação popular, mudando o cenário judicial que antes era dominado por uma elite jurídica.
Banhado em um simbolismo potente, imagina-se a importância desse momento. Aguilar, nascido em 1973 em Oaxaca, traz consigo uma vasta experiência na defesa dos direitos dos povos indígenas e uma visão que reflete a necessidade de reconhecimento das dívidas com esses grupos. Ele segue os passos de Benito Juárez, outro indígena famoso, que liderou a Suprema Corte no século XIX antes de se tornar presidente do país.
Embora sua vitória tenha sido uma surpresa, especialmente em relação a Lenia Batres, a ministra em exercício que era a favorita para o cargo, o novo despreendimento do Poder Judiciário pode gerar controvérsias. A presidente Claudia Sheinbaum expressou seu entusiasmo com a escolha de Aguilar em uma coletiva, destacando a importância de um representante indígena no mais alto tribunal. “Fico muito feliz que o próximo presidente da Suprema Corte seja um indígena mixteco de Oaxaca”, afirmou, ressaltando o profissionalismo de Aguilar.
Essa nova estrutura de poder, contudo, não veio sem críticas. A reforma constitucional de 2024, que permitiu as eleições populares para os juízes, foi vista por muitos como uma tentativa do governo de controlar o judiciário, para eliminar o que consideram um contrapeso ao seu poder. Críticos de diferentes setores, incluindo parceiros comerciais dos Estados Unidos e Canadá, expressaram preocupações sobre a possibilidade de juízes se tornarem suscetíveis a interesses políticos e até ao crime organizado.
Enquanto o México se prepara para uma segunda eleição judicial em 2027, que incluirá magistrados locais em 13 dos 32 estados do país, o futuro da Suprema Corte e de sua nova liderança se desenha desafiador. As implicações dessa transição ainda estão por ser plenamente entendidas. E você, o que pensa sobre essa nova fase no sistema judiciário do México? Deixe sua opinião nos comentários!
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