Os advogados da Trump Media expressaram preocupações sobre uma decisão do ministro Dias Toffoli, que resultou na concentração de investigações sob a responsabilidade de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). No cerne do processo movido pela empresa de Donald Trump contra Moraes nos Estados Unidos, seis advogados rebatem o controverso “inquérito das fake news”, instaurado por Toffoli durante sua presidência no STF.
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O ministro do STF, Dias Toffoli, criticou o Congresso por quase quatro décadas de “omissão legislativa”.
Rosinei Coutinho/STF
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O ministro Alexandre de Moraes é alvo de ação movida por advogado de Trump.
KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
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Governo de Donald Trump estuda sanções a Alexandre de Moraes.
Chip Somodevilla/Getty Images
Os advogados argumentam que a decisão de Toffoli em abrir investigações após uma reportagem vinculando-o à empreiteira Odebrecht foi uma ação questionável. “Em março de 2018, um grande veículo de comunicação brasileiro reportou que o ministro assumidamente envolvido na Operação Lava Jato e ligado à Odebrecht, um conglomerado que admitiu desviar cerca de US$ 788 milhões em propinas”, contaram.
“Três dias após essa denúncia, em 14 de março de 2019, Toffoli instaurou o Inquérito nº 4781, conhecido como ‘Inquérito das Fake News’”, continuaram. O STF invocou um artigo interno geralmente reservado para questões administrativas, permitindo uma investigação criminal sem a autorização do Ministério Público.
Essa manobra foi amplamente criticada, tanto no Brasil quanto no exterior, como uma afronta à Constituição. O STF, visto como a mais alta corte do país, parecia assumir os papéis de investigador, promotor e juiz, sob a justificativa de combate a “notícias fraudulentas” e ameaças ao tribunal e seus ministros.
O ministro Moraes, que ficou encarregado dessa investigação, agiu imediatamente para remover um conteúdo que o implicava, ameaçando aplicar uma multa de R$ 100.000 (aproximadamente US$ 20.000) se o artigo não fosse retirado.
Assinam o documento os advogados Martin de Luca, Mateus Schwartz, Andrew Smith, Daria Pustilnik, Caryn Schechtman e Cristopher Oprison, que representam tanto a Trump Media quanto a Rumble.
A menção a Toffoli é crucial, pois o governo Trump considera ampliar as sanções além de Moraes. Informações revelam que um texto elaborado pela Casa Branca com punições a Moraes chegou à mesa do secretário de Estado, Marco Rubio, no último domingo (22/6).
Atualmente, Toffoli não está listado como alvo das possíveis sanções, mas as atenções se concentram em Moraes, enquanto análises sobre punir Paulo Gonet, que rege a Procuradoria-Geral da República, estão em andamento devido a pareceres que respaldaram decisões de Moraes.
No Supremo, ministros relataram que não vão recuar por conta das sanções e continuarão a atuar firmemente tanto no processo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro quanto na regulação das redes sociais.
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