A Polícia Federal desencadeou a Operação Dia Zero nesta quinta-feira (12), direcionando seu foco para o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), uma organização social que possui laços contratuais com a Prefeitura de Salvador. A investigação sugere a existência de irregularidades graves, como fraudes licitatórias, peculato e lavagem de ativos. Um dos mandados foi cumprido em um imóvel no condomínio Porto Trapiche, no bairro do Comércio.
A operação visa desvelar práticas ilícitas na execução de contratos na área de saúde, alguns dos quais datam de 2013 e somam mais de R$ 265 milhões. O Instituto é diretamente relacionado a um contrato encerrado em 2019, conforme apontado pela secretaria municipal de Saúde.
Em comunicado interno acessado pelo Bahia Notícias, o INTS confirmou sua cooperação com a investigação e assegurou que não há motivos para preocupação. Colaboradores foram dispensados de suas atividades devido à operação em curso.
Os contratos em questão incluem serviços para suporte técnico de Tecnologia da Informação e administração de unidades de saúde, como a UPA de Brotas. O primeiro contrato, firmado em 2013, inicialmente valia R$ 17,29 milhões e agora soma impressionantes R$ 88,4 milhões.
O segundo contrato, assinado em 2016, com valor de R$ 15,9 milhões, também foi atualizado para R$ 95,6 milhões. Este acordo focava em serviços de saúde na UPA 24 horas do bairro de Brotas, renovando-se anualmente até 2022.
Posteriormente, um terceiro contrato, no valor de R$ 80,8 milhões, foi estabelecido em junho de 2022 para administrar a mesma UPA, com validade até 2026, e já recebeu aditivos.
A Operação Dia Zero, coordenada pela Polícia Federal e com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), envolve a execução de 25 mandados em Salvador e outras cidades, incluindo Maceió, além de ordens de bloqueio de ativos avaliados em R$ 100 milhões e afastamento de servidores públicos.
A Prefeitura de Salvador ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido. As investigações revelaram que o INTS poderia ter simulado pagamentos e desviado recursos por meio de empresas privadas, envolvendo agentes públicos e funcionários da própria entidade.
Essa complexa malha de irregularidades, que combina tecnologia da informação e serviços de saúde, destaca a necessidade de transparência e responsabilidade na gestão pública. Estamos atentos ao desenrolar dessa situação e queremos saber: o que você pensa sobre esses desdobramentos? Deixe seu comentário!
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