Após revés no IOF, Haddad diz que saída é ir ao STF ou fazer cortes

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Após um inesperado revés no Congresso Nacional, onde o decreto que reajustava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi derrubado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta um dilema. A situação exigiu que o governo Lula considerasse recursos legais, como a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão. A medida, embora promissora, não é a única carta na manga.

Além dessa alternativa judicial, Haddad não descartou a necessidade de trouver novas fontes de receita ou realizar cortes drásticos no orçamento, uma ideia que já suscita debates intensos dentro do Executivo. “Na opinião dos juristas do governo, a decisão foi flagrantemente inconstitucional”, comentou. Para ele, é fundamental que tanto o Executivo quanto o Legislativo atuem em conformidade com a Constituição, sem que um usurpe as prerrogativas do outro.

“Quando o inverso acontecer, se o Executivo usurpar uma competência do Legislativo, o Congresso vai se defender”, destacou Haddad, reforçando sua determinação em seguir as orientações da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) ou da Advocacia-Geral da União (AGU).


A recente votação que resultou na revogação do decreto é um evento histórico — a primeira vez em mais de 30 anos que o Congresso derruba um decreto presidencial. A última ocorreu durante o governo de Fernando Collor de Mello, em 1992, quando o Congresso reverteu mudanças relacionadas a precatórios.

  • A derrubada do decreto aconteceu em 25 de junho de 2023 e resultou em 383 votos favoráveis na Câmara, uma derrota expressiva para o governo.
  • Após a aprovação na Câmara, o Senado confirmou a decisão em uma votação simbólica.
  • Esse episódio sinaliza um aumento na tensão entre o Executivo e o Legislativo, em um momento em que os parlamentares rejeitam as medidas fiscais propostas que visam atingir a meta de déficit zero.
  • Para tentar apaziguar a situação, o governo liberou mais de R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares, estratégia que vem se mostrando insuficiente.

Haddad também indicou que a solução para a atual crise pode passar pela reformulação das receitas, mencionando setores como os dividendos e a exploração do petróleo como potenciais fontes de recursos. Entretanto, a proposta de realizar cortes adicionais no orçamento — além dos já previstos R$ 30 bilhões — levanta receios sobre seus impactos sobre áreas sociais cruciais, como saúde e educação.

A situação continua em evolução e o futuro do governo Lula estará em jogo nas próximas decisões. Quais soluções você acredita que o governo deve considerar? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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