O caminho para os Jogos Olímpicos de Los Angeles acaba de se tornar um verdadeiro desafio para o canoísta britânico Kurts Adams Rozentals. Vice-campeão mundial sub-23 no C1 em 2023, ele se viu forçado a tomar uma decisão radical: suspender sua carreira esportiva após criar uma conta em uma plataforma de conteúdo adulto para financiar seu sonho olímpico.
Com apenas 22 anos, Rozentals teve a sua suspensão imposta pela Federação Britânica de Canoagem, que, embora não tenha explicado oficialmente os detalhes de sua decisão, indicou que as postagens em suas redes sociais influenciaram este desfecho. “Estou sendo forçado a escolher entre as Olimpíadas e o OnlyFans. Foi a decisão mais difícil que já tomei”, desabafou em entrevista à BBC, ressaltando as dificuldades financeiras que enfrentou ao longo dos anos.
A situação financeira da família sempre foi complicada. Sua mãe trabalhava arduamente, cerca de 90 horas por semana, e o peso das dívidas era palpável. Para Rozentals, a criação do perfil foi uma saída para lidar com essa realidade e garantir os recursos necessários para sustentar sua jornada no esporte. Desde então, ele arrecadou mais de £ 100 mil (aproximadamente R$ 765 mil) com a produção de conteúdo, um valor significativamente superior ao oferecido pela federação, que assegura uma bolsa anual de apenas £ 16 mil (cerca de R$ 122 mil).
Assim que foi notificado sobre sua suspensão, Rozentals sentiu como se todo o seu mundo tivesse desmoronado. “Eu congelei. Minha identidade, minha vida, é ser atleta e buscar o sonho olímpico”, contou ele, revelando a dor de ter que interromper esse sonho por questões externas.
A Federação Britânica de Canoagem emitiu uma nota afirmando que a suspensão é uma medida preventiva, descrita como “um ato neutro” pela proteção de todos os envolvidos no esporte. A investigação do caso foi encaminhada para o Sport Integrity, serviço independente que apura questões de integridade no esporte britânico. O Código Disciplinar de Atletas especifica que violações, como o “uso ofensivo de redes sociais”, podem resultar em sanções severas.
Entretanto, o caso de Rozentals não é um fenômeno isolado. Em 2023, o saltador olímpico Jack Laugher recorreu a uma plataforma similar para financiar sua própria jornada rumo a Paris, onde conquistou o bronze. “Ele basicamente só posta fotos como se estivesse competindo”, disse seu pai, minimizando as preocupações com a escolha do filho.
Além do Reino Unido, atletas de outras partes do mundo, como a paraguaia Luana Alonso e a canadense Alysha Newman, também têm utilizado plataformas de conteúdo adulto para complementar suas rendas. Esse fenômeno levanta uma reflexão crucial sobre os desafios do financiamento no esporte de alta performance e a luta constante de atletas para viabilizar seus sonhos.
O que você pensa sobre essa situação? Acha que os atletas deveriam ter mais liberdade para buscar formas alternativas de financiamento? Compartilhe sua opinião nos comentários!
Comentários Facebook