A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu um passo significativo na busca pela sustentabilidade financeira no futebol nacional. Em uma decisão anunciada nesta segunda-feira, a CBF formou um grupo de trabalho destinado a criar um sistema de Fair Play financeiro. Este projeto ambicioso pretende estabelecer diretrizes que garantirão a saúde econômica dos clubes dentro de um prazo de 90 dias.
Assinado pelo presidente da CBF, Samir Xaud, o documento que formaliza o “Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira” (SSF) destaca a colaboração entre a CBF, clubes das Séries A e B, federações estaduais e consultores especializados. Juntos, eles visam implementar normas que garantam equilíbrio econômico e responsabilidade fiscal, levando em conta o novo cenário do futebol brasileiro, que inclui a crescente presença de clubes-empresa (SAFs).
Inspirado em práticas bem-sucedidas do futebol europeu, o sistema irá estabelecer limites de gastos proporcionalmente às receitas, exigir a regularização de dívidas em atraso e criar mecanismos de monitoramento, além de prever sanções para os que descumprirem as regras. A implementação será gradual, respeitando as particularidades regionais e a estrutura de cada clube.
Os times terão um prazo de cinco dias para expressar seu interesse em participar do grupo de trabalho. Caso haja mais interessados do que vagas disponíveis, a seleção será conduzida pelo presidente do grupo, Ricardo Paul, atual vice-presidente da CBF.
Entretanto, esta não é a primeira vez que a CBF tenta implementar um modelo similar de Fair Play financeiro. Na gestão anterior, um projeto idêntico foi interrompido devido à resistência de clubes endividados, como Corinthians e Atlético-MG. A nova iniciativa surge em um contexto crítico, onde as dívidas dos principais clubes brasileiros aumentaram 22% em 2024, ultrapassando R$ 14 bilhões, de acordo com dados da Consultoria Convocados.
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