Corte orçamentário de R$ 500 mil da UFSB representa metade do valor só destinado à extensão em toda universidade

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A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) encontra-se em meio a um cenário desafiador, enfrentando cortes orçamentários significativos que afetam sua estrutura financeira. Em entrevista ao Bahia Notícias, Franklin Matos, Pró-reitor de Planejamento da UFSB, expôs a gravidade da situação, destacando o recente corte de R$ 500 mil na LOA 2025. Este valor representa nada menos que a metade do orçamento destinado a atividades de extensão da universidade.

“Esse montante é extremamente representativo para a UFSB. O orçamento projetado para as atividades de extensão gira em torno de R$ 1 milhão, o que torna o corte ainda mais alarmante”, afirmou Matos, enfatizando a repercussão negativa entre os projetos em desenvolvimento.

A proposta orçamentária inicial da UFSB para 2025, elaborada no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), previa R$ 25,3 milhões. Contudo, a tramitação no Congresso resultou em um corte de cerca de R$ 500 mil, comprometendo ainda mais as expectativas financeiras da instituição.

Recentemente, o MEC anunciou uma recomposição orçamentária de R$ 400 milhões e regularização dos repasses. Embora Matos considere essas medidas positivas, ele ressalta que ainda estão distantes das necessidades reais reconhecidas pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).

“Para manter o funcionamento adequado das 69 universidades federais, estimamos que seriam necessários ao menos R$ 10,5 bilhões. Essa cifra representa aproximadamente 20% do orçamento em gestão do Congresso Nacional, e a atual diferença de 8% é um indicativo do descompasso orçamentário”, clamou Matos.

As perdas orçamentárias não são um fenômeno recente; Matos aponta que as universidades federais enfrentam esse desafio desde 2015, com um pico crítico em 2021. Uma pesquisa do Instituto Sou Ciência retrata a queda drástica nas verbas destinadas às instituições desde o governo Dilma, alertando para a precarização do cenário educacional.

“Essas restrições têm um impacto direto na gestão das universidades. A previsibilidade orçamentária é vital para que possamos executar nosso planejamento. Sem os recursos necessários, ações fundamentais ficam paralisadas”, explica Matos, reforçando que a limitação de repasses mensalmente, como 1/12 ou 1/18, resulta em dificuldades financeiras e contas acumuladas.

O que está em jogo na UFSB? As restrições orçamentárias afetam fortemente todas as áreas, especialmente as finalísticas. A UFSB, ainda em fase de implantação, enfrenta consequências severas, com destaque para a assistência estudantil e as bolsas voltadas à pesquisa, extensão, monitoria e internacionalização.

“Poderíamos estar atendendo um número muito maior de estudantes. A realidade socioeconômica da nossa comunidade acadêmica revela que até 85% dos alunos ingressam através de políticas de cotas. A falta de recursos compromete diretamente a permanência desses estudantes, o que vai contra a nossa missão de inclusão e democratização do ensino superior”, conclui Franklin Matos.

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