Crescimento dos evangélicos no Brasil bate recorde e redefine mapa religioso, diz IBGE

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O Brasil passa por uma revolução religiosa silenciosa e profunda, e os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE, revelam um crescimento impressionante dos evangélicos. Hoje, 26,9% da população com 10 anos ou mais se declara evangélica, totalizando 47,4 milhões de indivíduos. Este avanço é notável, considerando que, em 1980, apenas 6,5% dos brasileiros se identificavam com essa fé, e já superam os católicos em 58 municípios.

A transformação começou nas décadas de 1980 e 1990, consolidando-se nos anos 2000, alcançando novos perfis sociais e faixas etárias. Um dos pontos mais impressionantes do Censo 2022 é o destaque entre os jovens. Entre as crianças de 10 a 14 anos, 31,6% se identificam como evangélicos, enquanto os católicos, que antes predominavam, representam apenas 52%. Essa tendência corrobora a possibilidade de um crescimento ainda mais acentuado nas próximas décadas.

Além dos jovens, a fé evangélica está ganhando força entre grupos socialmente vulneráveis. Estima-se que 32,2% dos indígenas, 30% dos negros e 29,3% dos pardos se declaram evangélicos. A presença cada vez mais visível nas periferias urbanas e nas comunidades históricas indica como essa corrente religiosa está mudando a dinâmica social e cultural, impactando os territórios mais necessitados do país.

Regionalmente, o Norte do Brasil destaca-se na proporção de evangélicos, com o Acre apresentando 44,4% de fiéis. No município de Manacapuru (AM), a taxa é ainda mais expressiva: 51,8% da população se identifica com a religião. Cidades em São Paulo, Rondônia, Pará e Mato Grosso também mostram um crescimento significativo.

Diversos fatores impulsionam essa mudança. A forte presença das igrejas nas comunidades locais, seu enfoque em apoio social, a linguagem acessível e a utilização de mídias digitais contribuem para essa expansão. A queda do catolicismo entre os jovens cria um espaço fértil para novas formas de religiosidade, permitindo o florescimento de igrejas evangélicas que se conectam com a cultura jovem, promovendo eventos de massa e utilizando as redes sociais.

Embora o Brasil ainda mantenha a maioria católica, com 56,7% da população, esse percentual é o mais baixo desde 1872. Entre 2010 e 2022, os católicos perderam 5 milhões de fiéis, enquanto os evangélicos ganharam 12,4 milhões. Se essa tendência continuar, muitos analistas preveem que os evangélicos podem ultrapassar os católicos em apenas duas décadas.

O crescimento dos evangélicos também reverbera nas esferas política, midiática e social. As igrejas e suas lideranças estão cada vez mais ativas em discussões públicas, campanhas eleitorais e em debates sobre temas cruciais. O sociólogo Paulo Borges destaca que o crescimento evangélico representa não somente uma evolução religiosa, mas uma transformação social e cultural significativa, atingindo espaços muitas vezes negligenciados pelo Estado.

As estatísticas do Censo revelam ainda outras mudanças: pessoas sem religião passaram de 7,9% para 9,3%, e religiões afro-brasileiras triplicaram sua participação de 0,3% para 1%. O crescimento dos evangélicos entra em cena como um dos principais fenômenos que moldam o país, refletindo um cenário dinâmico onde a religiosidade se reinventa. Agora, queremos saber de você: o que pensa sobre essa transformação da fé no Brasil? Deixe seu comentário!

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