O desembargador Peterson Barroso Simão, membro da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, expressou sua indignação sobre a abordagem da Polícia Civil na prisão de Marlon Brandon Coelho Couto da Silva, conhecido como MC Poze do Rodo. Em um documento que garantiu o habeas corpus do artista, Barroso apontou claramente irregularidades no procedimento adotado pela polícia.
No relato, o magistrado destacou a forma como Poze foi levado à prisão em condições humilhantes: descalço, sem camisa e algemado. Ele sublinhou a injustiça da abordagem, ressaltando que o artista foi exposto de maneira desproporcional à mídia, um aspecto que merece investigação.
Barroso Simão também enfatizou a importância da liberdade de expressão, especialmente na arte, argumentando que Poze não é o foco da investigação que envolve o Comando Vermelho. Em sua análise, ele afirmou que a prisão temporária não é a solução ideal, apontando que o verdadeiro combate ao crime deveria se concentrar em líderes e não em figuras periféricas como o cantor.
“Nós sabemos como opera o Comando Vermelho. Focar em um artista que se esforça para ganhar a vida é um equívoco. Deve-se capturar aqueles que realmente comandam a violência e o tráfico, não os que apenas se encontram à mercê da situação”, acrescentou o desembargador.
Ele também comparou o caso de Poze a fraudes no INSS, enfatizando que aqueles que exploram o sistema em detrimento dos idosos não enfrentam a mesma repressão. Enquanto isso, um jovem trabalhador enfrenta prisão por meio de sua arte, uma disparidade que Barroso considera inaceitável.
Com a revogação da prisão temporária, MC Poze do Rodo agora terá que seguir certas condições durante a investigação. Essas restrições incluem o comparecimento mensal ao juízo, permanência na comarca, a obrigação de comunicar mudanças de endereço e a proibição de se comunicar com pessoas ligadas ao inquérito.
Esse episódio levanta importantes questões sobre a atuação da polícia e a responsabilidade da mídia na cobertura de casos sensíveis. O que você acha sobre a atuação nas prisões de figuras públicas? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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