Em meio à crise, Senado aprova acordo do governo Bolsonaro com Israel

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Na última terça-feira (10/6), o Senado brasileiro tomou uma decisão contundente ao aprovar um acordo realizado em 2019, durante a presidência de Jair Bolsonaro, com Israel. O contexto dessa aprovação é intrigante, especialmente considerando que a diplomacia do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva atravessa um momento crítico nas relações com os israelenses, em meio a tensões agravadas pelos ataques em Palestina e a detenção de um ativista brasileiro levando ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

O Acordo Sobre Serviço Aéreos (ASA) agora está a um passo da promulgação, uma vez que estabelece diretrizes essenciais para o transporte aéreo de passageiros e cargas entre os dois países. Este pacto assegura que as empresas aéreas tenham direitos claros como a possibilidade de sobrevoar o território do outro e fazer escalas para fins não comerciais.

Relatado pelo senador Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro de Ciência e Tecnologia, o acordo é apresentado como uma forma de fortalecer os laços de amizade e cooperação entre Brasil e Israel. Em sua análise, Pontes ressaltou que o marco legal criará um ambiente estável para a operação dos serviços aéreos entre as nações, mesmo em tempos de discordâncias políticas.

Por outro lado, a pressão sobre o governo Lula para romper relações diplomáticas com Israel tem crescido, especialmente entre membros do PT. A proposta encontrou apoio entre figuras proeminentes do partido, incluindo candidatos à presidência da sigla e o vice-presidente, Washington Quaquá, atual prefeito de Maricá (RJ).

Enquanto isso, o Itamaraty tenta repatriar Thiago Ávila, um brasileiro que estava a bordo do veleiro da Coalizão Flotilha Liberdade, interceptado por Israel em águas internacionais. A detenção de Ávila e de outros ativistas, incluindo Greta Thunberg, destaca a tensão atual. O diplomata brasileiro se mobilizou para acompanhar a deportação de Ávila, que, apesar de ter sido encaminhado para um centro de detenção, se recusa a ser deportado de imediato.

“Ao reiterar sua firme condenação à interceptação por forças israelenses, o Brasil clama pela libertação de seu nacional, instando Israel a zelar pelo seu bem-estar e saúde”, ressaltou o Itamaraty, que também expressou preocupação com a situação humanitária crítica na Faixa de Gaza, caracterizada por fome e desnutrição generalizadas. O ministério destacou ainda a necessidade urgente de respeitar o direito internacional humanitário, denunciando as severas restrições de acesso à ajuda na região.

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