O ex-jogador do Vasco, Fábio Braz do Nascimento, está no centro de uma investigação preocupante. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) o denunciou por um esquema de desvio de cerca de R$ 244 mil em recursos públicos, relacionado ao projeto de extensão universitária “Escola Criativa e de Oportunidades”, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Formalizada na 17ª Vara Criminal da Capital, a denúncia também implica João Daniel Bove Gomes de Souza e Ademar da Silva Braga Junior. Todos eles, com laços de amizade e relações de trabalho prévias com Fábio Braz, conforme apontou a investigação.
Segundo o MPRJ, o trio forneceu seus dados pessoais para serem incluídos irregularmente nas folhas de pagamento do projeto. Mesmo sem realizar atividades efetivas, eles conseguiram receber salários indevidos entre janeiro e dezembro de 2022. Os valores desviados individualmente foram:
- R$ 97.580 – Ademar da Silva Braga Junior
- R$ 77.080 – Fábio Braz do Nascimento
- R$ 69.700 – João Daniel Bove Gomes de Souza
A Promotoria salienta que os recursos, destinados a serviços essenciais como saúde, educação e segurança pública, foram desvirtuados para proveito pessoal, colocando em evidência um problema sistêmico na gestão de fundações públicas.
Os resultados da investigação apontam falhas alarmantes na execução do projeto. Um parecer técnico do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ) revelou a ausência de um contrato formal entre a UERJ e a Secretaria de Estado de Educação, além de:
- Falta de padronização na gestão do projeto
- Ausência de mecanismos de controle interno
- Falhas na prestação de contas
- Inconsistências na gestão de pessoal
Essas fragilidades administrativas foram decisivas para que pessoas alheias ao projeto conseguissem receber pagamentos mensais sem justificativa.
Este episódio revela um padrão alarmante. Em janeiro deste ano, o MPRJ acusou 19 pessoas por um esquema similar que desviou mais de R$ 6 milhões em projetos da UERJ, incluindo o “Escola Criativa e de Oportunidades”. Os promotores relataram que a prática era sustentada pelo uso indevido de cargos e favorecimentos pessoais, permitindo que indivíduos sem compromisso com os serviços recebessem salários.
Comentários Facebook